'Music Box' - Em ótimo thriller político, que conquistou o Urso de Ouro em Berlim, Costa-Gavras relembra a história da 'Cruz em Seta', movimento fascista húngaro!

'Music Box' - Em ótimo thriller político, que conquistou o Urso de Ouro em Berlim, Costa-Gavras relembra a história da 'Cruz em Seta', movimento fascista húngaro! - por Marcos Doniseti!

'Music Box' (1989) mostra a história do movimento fascista húngaro 'Cruz em Seta' (ou Cruz Flechada), que foi um dos mais violentos e brutais do período nazista. O filme tem Jessica Lange e Armin Mueller-Stahl na condição de protagonistas.

'Music Box' (Costa-Gavras; 1989)!

Contexto histórico!

A Grande Depressão provocou um grande impacto na Hungria. A Grande Depressão arrasou a economia mundial durante boa parte da década de 1930, o que provocou um grande redução da produção agrícola e industrial do país. A taxa de desemprego entre os trabalhadores industriais húngaros chegou a espantosos 33%.

Essa gravíssima crise econômica e social acabou agravando a situação do país, que já havia perdido muitos territórios em função dos acordos do pós-Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na qual a Hungria foi derrotada, pois naquela época ela fazia parte do Império Austro-Húngaro, que foi quem iniciou aquele devastador conflito bélico.

Até 1937 as elites dominantes do país (Militares, Burguesia, Igreja, Latifundiários) conseguiram manter a situação sob controle, por meio de um regime de perfil cada vez mais ditatorial e repressivo, com o antigo regente, o almirante Miklós Horthy, assumindo o comando do governo húngaro a partir de 1937. 

O ditador Horthy aproximou a Hungria do regime nazista alemão e o país lutou ao lado de Hitler e dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, participando da invasão da URSS em Junho de 1941 (Operação Barbarossa).

Manifestação da 'Cruz em Seta', movimento nazifascista húngaro que defendia a superioridade racial dos magiares e era aliado da Alemanha Nazista.

Em 1937 formou-se o Partido da Vontade Nacional, de características explicitamente nazistas (fortemente antissemita, anticomunista e defensor da pureza racial do povo Magiar) e que, em 1939, mudou o seu nome para Partido da Cruz Flechada (ou 'Cruz em Seta'). Seu principal líder era Ferenc Szálasi.

Este partido nazista húngaro conseguiu uma grande adesão popular, chegando a possuir 250 mil membros entre 1939-1940, principalmente entre funcionários públicos, oficiais do Exército e trabalhadores industriais de Budapeste. Na eleição parlamentar de Maio de 1939 o Partido da Cruz Flechada conquistou 25% dos votos.

Em março de 1944 o Exército nazista alemão ocupou a Hungria, o que deu origem a um brutal processo de extermínio da população judaica do país. 

Desta maneira, entre março e julho de 1944 mais de 435 mil judeus húngaros foram enviados para Auschwitz. Esse foi o período em que o campo de extermínio de Auschwitz se tornou "o menos eficiente como campo de trabalho e... o mais eficiente como centro de extermínio.".

Porém, em outubro de 1944 o Exército Vermelho começou a penetrar no território húngaro, avançando para conquistar o país. Neste novo contexto o ditador Horthy anunciou que a Hungria estava rompendo a aliança com a Alemanha Nazista e fazendo um acordo de paz em separado com a URSS.

Judeus húngaros que foram deportados para o campo de extermínio de Auschwitz. O número total de vítimas ultrapassou 500 mil.

Hitler reagiu derrubando a ditadura de Horthy e substituindo-a por um regime fantoche ainda mais repressivo e violento, que foi liderado justamente pelo Partido da Cruz Flechada, com Ferenc Szálasi comandando o mesmo.

Este regime durou apenas quatro meses, mas isso foi o suficiente para que os nazistas do Partido da Cruz Flechada exterminassem 100 mil judeus húngaros, sendo que 80 mil destes foram enviados para morrer no campo de extermínio de Auschwitz.

Esse extermínio da população judaica da Hungria terminou em Fevereiro de 1945, quando o governo nazista do Partido da Cruz Flechada foi derrubado pelo Exército Vermelho.

Obs1: As informações contidas nesse trecho do texto foram, retiradas de dois  livros: 'De Volta do Inferno - Europa, 1914-1949', do historiador britânico Ian Kershaw (editora Companhia das Letras; 2016; Págs. 256, 274 e 397), e do livro 'O Império de Hitler - A Europa sob domínio Nazista', de Mark Mazower (historiador britânico), páginas 468 e 469, editora Companhia das Letras.

A trama do filme! 

Obs: O texto conta o final do filme.

Na sequência de abertura já temos a presença de todos os elementos principais que estarão presentes no filme.

Este é mais um ótimo thriller político do grande cineasta, de origem grega e naturalizado francês, Costa-Gavras, que inclusive conquistou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, em 1990.

Embora 'Music Box' não seja tão conhecido quanto outros de seus filmes, como os fantásticos 'Z' (1969), 'A Confissão' (1970), 'Estado de Sítio' (1972), 'Sessão Especial de Justiça' (1975), 'Missing' (1982), 'Atraiçoados' (1988) e 'Amen' (2002).

Obs2: Já escrevi e publiquei, aqui no blog, textos sobre dois destes filmes, que são 'Estado de Sítio' e 'Sessão Especial de Justiça'. Ver links abaixo. 

Vários dos principais filmes de Costa-Gavras sempre mostram as pessoas sendo vítimas das violências cometidas por governos ditatoriais, violentamente repressivos, com as pessoas sofrendo com brutais torturas, físicas e psicológicas. 

Logo, os filmes de Costa-Gavras, acima de tudo, configuram a obra de um cineasta e artista de perfil claramente humanista. Ninguém pode dizer que ele 'passa pano' para alguma ditadura, independente de qual seja a ideologia da mesma.

Jessica Lange (Ann Talbot) e Armin Mueller-Stahl (Michael Laszlo) são os protagonistas desse thriller político que conta a história da 'Cruz Flechada', movimento nazifascista húngaro que promoveu massacres horripilantes contra a população judaica do país. 

Estes são os casos, por exemplo, de 'A Confissão' (1970), cuja história se desenvolve em um país sob um regime político de estilo soviético em um país do chamado 'Leste Europeu', e também de 'Estado de Sítio' (1972), que trata das torturas e assassinatos cometidos pelas Ditaduras Militares da América Latina, o que aconteceu com o total apoio dos EUA.

'Music Box', por sua vez, trata da história de um emigrante, Michael J. Laszlo (interpretado pelo grande ator alemão Armin Mueller-Stahl), que fugiu da Hungria depois da Segunda Guerra Mundial e foi para os EUA, onde recomeçou a sua vida.

Laszlo trabalhou a vida inteira uma indústria, casou e teve dois filhos, a advogada Ann Talbot (Jessica Lange) e o operário Karchy Laszlo, que chegou a lutar pelo Exército dos EUA no Vietnã. 

Mike Laszlo também tem um neto (Mikey Talbot), com o qual tem uma ligação muito próxima, conversando e brincando com ele em inúmeras oportunidades. Porém, em uma destas brincadeiras e atividades com o neto (das flexões) nós perceberemos a conexão existente entre o Laszlo do presente e o do passado.

Michael J. Laszlo e sua filha, Ann Talbot, tomam conhecimento das acusações que são feitas contra ele por crimes cometidos na Hungria na época da Segunda Guerra Mundial.

Tudo parece ótimo com a sua vida, até que um promotor (Jack Burke), que trabalha para o Ministério da Justiça dos EUA, ao investigar casos de crimes contra os direitos humanos, descobre documentos, que estavam abandonados na ONU.

Estes documentos envolveriam Mike Laszlo com inúmeros assassinatos de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, na Hungria, país no qual ele teria feito parte do movimento nazifascista chamado 'Cruz em Seta' (ou 'Cruz Flechada').

Assim, é aberto um processo contra Laszlo, que pede para que a sua própria filha, Ann Talbot, que é advogada, assuma a sua defesa no caso. 

No começo ela resiste, mas depois acaba concordando, pois está convencida de que o seu pai é inocente e tudo não passa de uma confusão envolvendo nomes semelhantes. Assim, o Mike Laszlo que teria cometido tais crimes seria outro e tudo não passaria de um grande engano. Durante o processo Ann Talbot conta com a ajuda de uma assistente, Georgine. 

Michael J. Laszlo e o neto (Mikey) conversam sobre as acusações. O avô nega que tenha cometido tais crimes. Na Hungria, em 1944, ele gostava de obrigar as suas vítimas a fazer flexões. E ele faz o mesmo exercício junto com o neto. Assim, o presente de Laszlo se conecta com o seu passado.

É bom ressaltar que o filme de Costa-Gavras possui clara fundamentação histórica, pois o movimento e partido fascista 'Cruz Flechada' realmente existiu e foi um dos mais brutais e violentos movimentos de características nazifascistas que existiu na Europa naquela época, como já comentei aqui.

Assim, histórias de vida como a do personagem Mike Laszlo não são puramente ficcionais. 

Um exemplo perfeito disso é que, em 2006, um homem de origem húngara que vivia em Melbourne, na Austrália, admitiu que tinha sido um importante líder do partido 'Cruz em Seta'. Seu nome era Lajos Polgar que, na época, contava com 89 anos de idade.

Polgar admitiu que foi um líder de alto escalão do 'Cruz em Seta' por dois meses, em Budapeste, em 1945, e conheceu a sua esposa, Elizabeth, na 'Casa da Fidelidade', que era a sede do partido na capital húngara. Na época, ela era a secretária de Polgar. Ele sempre negou a sua culpa pelos crimes horripilantes que foram cometidos contra os judeus húngaros, insistindo em  dizer que era inocente.

Karchy e Ann Talbot são os filhos de Laszlo, que nasceram nos EUA. Laszlo usa o fato de ter trabalhado a vida toda em uma fábrica e ter criado dois filhos para se defender das acusações que lhe são feitas.

Um aspecto interessante dessa história é que no filme de Costa-Gavras o personagem Mike Laszlo reagiu de maneira idêntica à de Lajos Polgar quando as acusações contra ele vieram à tona.

Laszlo também negou totalmente as acusações, insistindo em se dizer inocente e em falar que era um bom cidadão dos EUA e um bom homem, que seria incapaz de ter cometido os crimes horripilantes pelos quais é acusado, que incluem torturas, assassinatos e estupros. 

Laszlo usa o fato de que trabalhou honestamente a vida inteira como operário, criou dois filhos, uma advogada e um operário que lutou pelos EUA no Vietnã, para convencer as pessoas de que jamais teria cometido tais crimes. Na verdade, ele fala isso não apenas para convencer os outros, mas para convencer a si mesmo de que ele não é aquele 'monstro' que os outros dizem.

Logo depois teremos um momento do filme no qual o caso de Laszlo finalmente irá parar no tribunal, o que irá chamar a atenção da mídia, que percebe que o julgamento pode ser explorado junto à opinião pública.

Inclusive, a divulgação do caso pela mídia leva a que muitas pessoas passem a protestar e a hostilizar Mike Laszlo e a sua família, sendo que até mesmo o seu neto (Mikey) chega a ser agredido por colegas na escola, embora não tenha culpa alguma por qualquer tipo de crime que tenha sido cometido pelo seu avô.

Ann Talbot, Michael Laszlo, Karchy e Georgine, advogada assistente de Ann, durante o julgamento. Laszlo será denunciado por várias de suas vítimas e tentará confrontar as mesmas, negando que tivesse cometido os crimes pelos quais era acusado, que incluíam estupros e assassinatos.

Assim, o filme de Costa-Gavras também critica o sensacionalismo midiático, que leva a que pessoas adotem posturas violentas, agressivas e irracionais e que terminam por atingir pessoas que são inocentes.

Além das acusações de crimes contra judeus húngaros, Mike Laszlo também é acusado de ter mentido sobre a sua profissão para poder entrar nos EUA após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Mike Laszlo escondeu do governo dos EUA que foi membro da 'Cruz em Seta' e afirmou ser um simples pequeno fazendeiro. Ele se misturou a outros milhares de pessoas em um campo de refugiados e conseguiu iludir os funcionários do governo dos EUA, que permitiram que ele entrasse no país, pois desconheciam tudo sobre o passado dele. 

Aliás, ele também sempre escondeu dos próprios filhos tudo sobre o seu passado na Hungria. Assim, Ann não sabia que o pai havia sido um policial húngaro, membro da Sessão Especial, e que havia tinha sido membro do 'Cruz em Seta'.

Harry Talbot, ex-sogro de Ann, é um velho amigo de Michael Laszlo. Ele trabalhou para a OSS (antecessora da CIA) e, depois, para a CIA durante a Guerra Fria. Ele ajudou a montar redes de espionagem da CIA que se utilizaram de antigos membros da Gestapo. Ele também ajudará Laszlo para que o mesmo pudesse ser considerado inocente das acusações. 

Ann somente irá descobrir a verdade sobre o pai durante o julgamento. Aliás, ela desconhecia até mesmo aspectos relacionados à vida pessoal dele, como o fato de Mike ter um relacionamento amoroso com outra mulher (ele era viúvo) chamada Irma Kiss. Assim, Laszlo era muito bom em esconder informações comprometedoras até mesmos de sua família.

Ele também fazia parte de uma organização de húngaros que se reunia eventualmente para fazer reuniões e festas (o filme começa com uma festa de húngaros e seus descendentes) e que fazia protestos quando alguém originário do bloco soviético visitava os EUA (diplomatas, companhias de danças...).

Ann também conta com a importante ajuda de seu ex-sogro, Harry Talbot, que trabalhou para a CIA durante muitos anos e que ajudou a recrutar ex-integrantes da Gestapo para montar redes de espionagem anticomunistas na Europa, o que ele mesmo diz para Ann. Ele possui conexões na Hungria e no próprio governo dos EUA e vai usar das mesmas para tentar provar a inocência de seu velho amigo Mike Laszlo.

Durante o julgamento, vemos o depoimento de várias das testemunhas, todas de origem húngara, que confirmam perante todos os presentes que Mike Laszlo era o responsável por vários crimes contra judeus húngaros em 1944-1945, incluindo vários estupros e assassinatos.

O juiz Silver, Ann e Jack Burke vão até a Hungria ouvir uma testemunha que teria como provar que Laszlo era o culpado das acusações. Mas ela consegue provar que o mesmo tinha feito depoimentos contraditórios em outras duas oportunidades. Burke diz para Ann que ele não deseja vingança, mas apenas fazer com que as pessoas não se esqueçam do que aconteceu. 

Os dois lados, Ann e o promotor Jack Burke, procuram novas testemunhas e provas que demonstrem que o que eles defendem é verdadeiro. Assim, temos várias reviravoltas na trama do filme.

Porém, o promotor Jack Burke consegue algumas informações que levam todos (Ann, Burke, o juiz Silver) para a Hungria, onde vão interrogar uma testemunha (Pal Horvath) que confirmaria que Laszlo foi o responsável por tais crimes. 

Na Hungria, em Budapeste, ela também tem acesso a novos documentos que colocam em dúvida se o seu pai foi, de fato, o responsável por tais crimes e que terminam por tornar inválido o depoimento dessa testemunha, um idoso que está internado em um hospital e que se chama Pal Horvath.

Ann Talbot mostra que o depoimento da testemunha é contraditório com outros dois depoimentos que Horvath havia prestado anteriormente, muitos anos antes, para a própria polícia da Hungria. 

Assim, o depoimento dele não é levado em consideração pelo juiz Silver e seu pai é considerado inocente das acusações pelo juiz Silver, que é judeu, mas que atua de maneira correta e imparcial durante todo o julgamento.

Em Budapeste, Ann Talbot se encontra com Magda Zoldan, cujo irmão conhecia a história verdadeira de Michael Laszlo e que chantageou o mesmo em função disso quando viveu nos EUA. Tibor morreu atropelado e a chantagem chegou ao fim. Magda entrega um recibo de uma loja de penhores de Chicago, que foi o local onde Tibor guardou uma caixa de música que continha fotos que provavam a culpa de Laszlo.

Nesse momento ela é questionada por Jack Burke, que diz que ele não está interessado em se vingar de um idoso, mas em resgatar essas memórias, para que essas atrocidades não sejam esquecidas e não voltem a ocorrer. 

Logo, o filme tem na questão fundamental das Memórias Históricas o seu tema central. 

Em um certo momento, mais para o final do filme, Burke diz o seguinte para Ann: "Acha mesmo que ligo para um velho? Não tenho vingança no meu coração. Mas vou dizer com o que me importo. Eu me importo com Memórias. É tarde demais para mudar o que aconteceu, mas nunca é tarde demais para lembrar o que ocorreu".

Quando responde para Burke, Ann concorda que tais crimes aconteceram, mas diz que o seu pai não os cometeu. Assim, ela continua mantendo a sua confiança na total inocência do pai. 

No entanto, Ann Talbot acabará recebendo um outro documento, que havia sido fornecido por sua assistente, Georgine, que a conduz para se encontrar com uma mulher (Magda Zoldan) que era irmã de Tibor Zoldan, um velho conhecido do seu pai quando eles ficaram, juntos, no campo de refugiados, antes de migrarem para os EUA. 

Tibor e a sua irmã, Magda Zoldan, quando jovens. Quando foi para os EUA ele fez cirurgias que eliminaram a cicatriz de seu rosto.

Magda Zoldan entrega um recibo de uma loja de penhores para Ann Talbot,     que quando volta para os EUA, ela usa para retirar, em Chicago, uma caixa de música. E essa caixa de música contém uma série de fotografias que confirmam que o seu pai, Mike Laszlo, foi um membro ativo do 'Cruz em Seta' e que, portanto, mostram que as acusações que haviam sido feitas contra ele eram verdadeiras.

Ela confronta o pai, que acaba admitindo o que havia feito, mas recusando-se a aceitar o fato de que seria um 'monstro'. Ann toma a decisão de enviar as fotos para Jack Burke, que as utiliza para condenar Mike Laszlo, bem como conta para o seu filho, Mikey, toda a verdade a respeito dos crimes do avô. 

Portanto, o filme de Costa-Gavras também pode ser visto como uma crítica ao sistema de Justiça, à maneira como este se estrutura e funciona, pois o veredicto sobre os acusados está sempre sujeito a uma série de situações, como a memória falha das pessoas (caso de Horvath) ou então às contradições das testemunhas (uma delas disse algo que, depois, não se confirmou), enquanto que outras falavam a verdade.

Para quem conhece e admira a obra desse grande cineasta, 'Music Box' é um ótimo thriller político que reafirma a importância das memórias históricas, para que os gigantescos crimes e atrocidades que foram cometidos em um passado não tão remoto jamais sejam esquecidos. 

Na caixa de música que retira na loja de penhores, em Chicago, Ann Talbot encontrou fotografias que comprovavam a culpa de seu pai, Laszlo.

Informações Adicionais!

Título: Music Box;

Diretor: Costa-Gavras;

Roteiro: Joe Eszterhas;

País de Produção: EUA; Ano de Produção: 1989;

Música: Philipe Sarde;

Fotografia: Patrick Blossier; Montagem: Joele Van Effenterre;

Elenco: Jessica Lange (Ann Talbot); Armin Mueller-Stahl (Mike Laszlo); Frederic Forrest (Jack Burke); Cheryl Lynn Bruce (Georgine Wheeler); Donald Moffat (Harry Talbot); Michael Rooker (Karchy Laszlo); Lukas Haas (Mikey Talbot); J. S. Block (Juiz Silver); Ned Schmidtke (Dean Talbot); Elzbieta Czyzewska (Melinda Kalman); Michael Shillo (Geza Vamos); Sol Frieder (Istvan Boday); Mari Torocsik (Magda Zoldan); Margo Winkler (Irma Kiss).

Prêmios:

Urso de Ouro (Melhor Filme) no Festival de Cinema de Berlim de 1990.

Ann Talbot toma a iniciativa de enviar as fotos encontradas na caixa de música para Jack Burke. Assim, o processo contra ele, que havia sido arquivado, é reaberto, o que resulta em sua condenação.

Links:

Nazista húngaro Lajos Polgar, líder do 'Cruz em Seta', foi encontrado na Austrália em 2006: 

https://www.theage.com.au/national/war-crime-suspect-admits-to-his-leading-fascist-role-20060216-ge1rqt.html

Entrevista com Jessica Lange comentando 'Music Box':

https://www.youtube.com/watch?v=ScFI9158-qM

Texto sobre 'Sessão Especial de Justiça':

https://cultsecinefilos.blogspot.com/2019/06/costa-gavras-sessao-especial-de-justica.html

Texto sobre 'Estado de Sítio':

https://cultsecinefilos.blogspot.com/2019/04/costa-gavras-estado-de-sitio-obra-prima.html

Com a atitude de Ann Talbot, de enviar as fotos para Jack Burke, seu pai acabou condenado pelos crimes cometidos na Hungria durante a Segunda Guerra Mundial. 

Trailer do Filme:


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