"L'Eden et Après": Alain Robbe-Grillet retrata a cultura jovem, contestadora, experimental e libertária dos anos 1960!

"L'Eden et Après": Alain Robbe-Grillet retrata a cultura jovem, contestadora, experimental e libertária dos anos 1960! - Marcos Doniseti!

A belíssima Catherine Jourdan é a protagonista de "L'Eden et Après' (1970), filme dirigido por Alain Robbe-Grillet, cineasta egresso do movimento literário conhecido como 'Nouveau Roman', que levou para o Cinema as principais características presentes em sua vasta e inovadora obra literária. 

L'Eden et Après - Alain Robbe-Grillet; 1970; 98 minutos!

O contexto histórico: A nova cultura jovem dos anos 1950 e 1960! 

Este é um filme que somente pode ser compreendido se levarmos em consideração o momento histórico de sua realização, quando inúmeros escritores, cineastas, músicos, dramaturgos, pintores e poetas, desenvolveram experimentos com a linguagem das inúmeras formas de arte, rompendo com as formas de narrativa tradicional. 

Afinal, esse período histórico (segunda metade dos anos 1950 até meados da década de 1970) foi marcado pela emergência de uma nova cultura jovem, que foi chamada de Contracultura, que entendo ser uma expressão parcialmente incorreta, pois estes jovens possuíam, em grande parte, uma sólida formação histórica e cultural. 

Essa nova cultura jovem, altamente inovadora e experimental, bebia na fonte de escritores e autores considerados revolucionário e malditos em suas épocas (Baudelaire, Rimbaud, Cocteau, Breton...), de grandes cineastas (Hitchcock, Orson Welles, Fritz Lang, Nicholas Ray...), intelectuais e pensadores respeitados (Marcuse, Barthes, Bataille, Adorno, Orwell, Huxley...) e suas obras (livros, filmes, peças de teatro, etc) refletiam o desejo de liberdade e de experimentar novas vivências libertadoras. 

Com isso, o uso de drogas como a maconha e o LSD, se tornaram cada vez mais comuns (pois elas expandiam o alcance da limitada mente humana), bem como tivemos a criação de muitas comunidades livres nas quais os jovens rompiam com a tradicional estrutura familiar, procurando criar novas formas de se relacionar, sem se prender aos valores conservadores e autoritários que eram hegemônicos na rica, avançada e tecnológica sociedade moderna. 

Os jovens universitários se reúnem em um bar chamado 'Eden' e cujo formato é semelhante ao de uma pintura do holandês Piet Mondrian. 

Assim, a nova cultura jovem procurava fugir aos padrões e valores hegemônicos da sociedade moderna, seja em seu caráter capitalista, seja no socialista, sendo que ambos os modelos de organização social (liderados por EUA e URSS) eram considerados como sendo autoritários, o que os levou a serem fortemente criticados e rejeitados por essa jovem geração de natureza libertária e contestadora (vide o clássico 'Alphaville', de Godard, por exemplo).

Além disso, tal sociedade moderna também era marcada por um materialismo e por um consumismo destrutivos, pela devastação da natureza, por uma crescente hegemonia da tecnologia, pelo vazio espiritual, por um individualismo ganancioso e egoísta fortemente exacerbados e pelo autoritarismo institucional. 

A violência também estava muito presente nesta sociedade, seja sob a forma de forte repressão aos movimentos contestatórios (contra o racismo, por exemplo), seja sob a forma de agressões externas contra povos e países miseráveis por parte dos EUA, como ocorreu nas Guerras da Coreia e da Indochina (também chamada de Guerra do Vietnã), por exemplo. 

Aliás, se a primeira destas guerras não gerou conflitos políticos e sociais dentro dos EUA, o mesmo não irá acontecer com a segunda, que provocou uma gravíssima crise política, social, cultural e institucional nos EUA. 

A jovem e bela Violette e seus amigos participam de jogos, que são uma uma forma de ironizar as acusações de mídia quando ao comportamento da juventude.

A rejeição a tais valores e comportamentos conservadores dominantes na afluente sociedade moderna e a defesa de novos valores por parte de uma jovem geração levou à explosão de inúmeras manifestações criativas de perfil abertamente experimental. 

Aliás, isso já havia começado a ocorrer na década de 1950, com o Movimento Beat, dos quais os principais nomes foram Jack Kerouac, William Burroughs e Allen Ginsberg, que são os pais espirituais dos jovens contestadores e libertários da década de 1960. 

E como expressão dessa geração inconformista e libertária, nós também tivemos alguns antecessores da mesma com a emergência do Rock'n'roll nos anos 1950 (Elvis, Chuck Berry, Little Richard, Jerry L. Lewis, Carl Perkins, Buddy Holly...), bem como de novos e jovens ídolos nas telas do Cinema (Marlon Brando, James Dean e Dennis Hopper, nos EUA, e Brigitte Bardot, na França).  

Depois, tivemos o Rock dos anos 1960 (Beatles, Stones, Hendrix, The Doors, Janis Joplin, Bob Dylan...), o Psicodelismo (Jefferson Airplane, Grateful Dead, Mamas and the Papas), as lutas antirracistas (o movimento dos Direitos Civis e os Black Panthers) e o movimento contra a Guerra do Vietnã, que se tornou um movimento de caráter global, mobilizando milhões de pessoas mundo afora. 

Violette tem relações com vários dos jovens do grupo, incluindo Jean Pierre e Marc Antoine. A chamada Liberação Sexual foi um dos principais elementos da cultura jovem do período (anos 1960 e 1970).

No cinema também tivemos a emergência, mais para o final da década de 1950, de Nouvelles Vagues pelo mundo afora, começando pela França (Godard, Truffaut...) e que, depois, acabou se espalhando mundo afora nos anos seguintes, em países como o Brasil, Japão, Canadá, Polônia, Tchecoslováquia, Grã-Bretanha, entre outros.

Estas manifestações culturais expressavam uma profunda insatisfação de toda uma geração contra a sociedade moderna, altamente tecnológica, individualista, belicista (vide as Guerras da Coreia e do Vietnã) e vazia espiritualmente (vide os filmes inovadores de Michelangelo Antonioni).  

Logo, estas eram formas de manifestação cultural que contestavam abertamente as instituições tradicionais (família, empresas, universidades...) que eram extremamente autoritárias e nas quais os jovens e as novas gerações não tinham voz, que era sufocada e reprimida.

O auge deste processo contestatório se deu em 1968, ano extremamente turbulento e conflitante em todo o mundo, no qual tivemos manifestações em inúmeros países: EUA, México, Brasil, Japão, França, Grã-Bretanha, Itália, Tchecoslováquia, Polônia, Espanha. 

Violette, em seu quarto, ao lado do quadro que irá gerar uma série de conflitos entre os seus jovens amigos e Duchemin, mas não ficaremos sabendo se os mesmos aconteceram ou se foram fruto de alucinações.

No Vietnã, 1968 foi o ano da histórica 'Ofensiva do Tet' (que ocorreu no final de Janeiro), que foi promovida pelos Vietcongues e que deixou claro para a população dos EUA que este país jamais venceria tal guerra. Aliás, essa ofensiva tinha o objetivo de convencer a população dos EUA de que era inútil continuar guerreando, o que acabou acontecendo. Então, a finalidade da 'Ofensiva do Tet' era política e não militar. 

Os métodos de trabalho taylorista e fordista, que criava trabalhadores robotizados (vide 'Tempos Modernos', de Chaplin), as principais instituições (Justiça, Família, Exército, Universidades...), os valores e comportamentos dominantes passaram a ser objeto de crítica e de contestação.

Logo, um filme como "L'Eden et Après" somente pode ser compreendido nesse contexto histórico de emergência de uma nova cultura jovem, cujas primeiras manifestações se deram na década de 1950, que atingiram o seu auge nos anos 1960 e que possuía uma natureza abertamente libertária, inovadora e contestadora. 

O filme foi uma co-produção envolvendo três países: França, Tchecoslováquia e Tunísia.    

A Guerra do Vietnã (1941-1975) teve várias fases, incluindo lutas dos vietnamitas contra a França, Japão e EUA. Esta última fase foi a mais brutal, resultando na morte de 3 milhões de vietnamitas. Na época, tivemos gigantescas manifestações, na Europa Ocidental e nos EUA, contra a guerra.

A trama do filme! 

Este foi o quarto filme dirigido por Alain Robbe-Grillet, escritor que foi integrante do movimento literário 'Nouveau Roman', que se desenvolveu na França durante a década de 1950 e que promoveu uma radical ruptura com a estrutura do romance e da narrativa tradicionais. 

Escritores como Michel Butor, Nathalie Sarraute, Philippe Sollers, Claude Simon e Marguerite Duras também foram ligados ao 'Nouveau Roman'.

A primeira experiência cinematográfica de Robbe-Grillet foi com a autoria do roteiro de 'O Ano Passado em Marienbad' (1961), dirigido por Alain Resnais, e que se baseou em um livro de mesmo título do próprio escritor. 

Robbe-Grillet gostou da experiência de escrever para o cinema e decidiu iniciar uma carreira de cineasta, o que gerou a realização de 10 filmes, sendo que o primeiro foi o "L'Imortelle" (1963) e o último foi 'Gradiva' (2006).

Robbe-Grillet levou para o seu cinema os principais elementos da sua obra literária, como a existência de várias tramas que se misturam (e ficamos sem saber onde termina uma e começa a outra), personagens que possuem duplos idênticos a eles, histórias sem uma cronologia determinada (misturando passado, presente e futuro) e alucinações que levam os personagens para realidades distintas. 

Em "L'Eden et Après" nós temos tudo isso. 

Duchemin chega ao bar 'Eden', no qual faz uso de um de seus poderes mágicos, que aprendeu com feiticeiras na África, onde diz que ficou por 30 anos.

A trama gira em torno de um grupo de jovens universitários que fazem jogos e simulações que envolvem sexo, violência e morte. Assim, vemos simulações de uma execução, de um velório, de um envenenamento e de um estupro coletivo.

Eles fazem isso para superar o tédio em que vivem e também como uma forma de reação aos ataques que os jovens da época (anos 60/70) sofriam por parte da grande mídia corporativa. 

Como é dito em um determinado momento do filme, em uma narração feita pela bela Violette (interpretada pela musa de Robbe-Grillet, que era a lindíssima Catherine Jourdan): 

"De acordo com os nossos jornais, os nossos jovens perderam a fé, a noção dos valores e se refugiam em paraísos artificiais. Os nossos passatempos favoritos seriam a prostituição homossexual, a violência e o estupro coletivo. Depois de ler estes jornais, temos tentado fazer tudo isso".

Essa mesma jovem integrante do grupo (Violette) faz uso de um 'pó do medo', que foi oferecido aos jovens estudantes por um estranho e recentemente chegado ao local que eles frequentam chamado Duchemin ou Dutchman. 

Violette faz uso do 'pó do medo', oferecido por Duchemin, e começa a ter alucinações. 

É bom ressaltar que o bar 'Eden', que é frequentado pelos jovens universitários, possui um formato labiríntico, sendo uma reprodução de uma obra do artista holandês Piet Mondrian.

Depois da chegada de Duchemin, o mesmo fala que esteve na África, onde viveu por muitos anos, e aprendeu práticas mágicas com algumas feiticeiras locais, sendo que, para provar o que diz, ele cura os ferimentos no braço de uma das integrantes do grupo (Sonia). 

Na sequência, Duchemin oferece o 'pó do medo', de caráter alucinatório, para os estudantes, sendo que estes concordam em usar do mesmo. Assim, é realizado um sorteio para saber qual dos jovens fará uso do 'pó do medo' e a bela Violette acaba sendo a sorteada. 

O uso deste 'pó do medo' leva a bela Violette para uma realidade distinta, na qual ela tem inúmeras alucinações, muito rápidas, mas que envolvem perseguição, paranoia, danças sensuais, rituais e cerimônias noturnas, uso de drogas, violência, mortes e sexo. 

Essas imagens alucinatórias envolvem acontecimentos do passado, do presente e do futuro, tudo simultaneamente. Logo, elas antecipam muitos dos acontecimentos que veremos mais adiante no filme e nos quais a bela Violette estará diretamente envolvida. 

Violette em uma fábrica em construção, momento no qual temos a impressão de que temos mais de uma dela no local, como se duas realidades existissem simultaneamente. 

As imagens que ela acessa em sua mente também estão todas relacionadas ao seu grupo de amigos e ao 'feiticeiro' Duchemin. Algum tempo depois, Duchemin oferece um copo de água ou de outro líquido e Violette retornam para o momento presente, mas ela reconhece que não está igual ao que era antes, pois ela se sente muito confusa. 

Todos vão embora do bar (o 'Eden') e Duchemin e Violette combinam de se encontrar, à noite, em uma fábrica em construção localizada próxima da Universidade em que ela e os seus amigos estudam. Ela passa por uma série de situações nos quais ficamos na dúvida se ela está no local ou se está apenas tendo alucinações. Logo, novamente, não temos ideia de se tudo aquilo que estamos vendo é 'real' ou não. 

Ela acredita que os seus amigos também participam destas situações na fábrica, nas quais ela os vê (inclusive alguns 'fantasmas' dos mesmos), mas quando ela volta ao alojamento no qual eles se encontram ela acaba descobrindo que nenhum deles saiu do local naquela noite. 

Para provar aos seus amigos (Marc Antoine, Marie-Eve, Jean-Pierre, Sonia...) o que havia vivenciado, Violette os conduz para a fábrica e para um local próximo, à beira de um canal, no qual ela havia encontrado o corpo de Duchemin, morto, mas quando ela chega ao lugar o mesmo não estava lá. 

Violette encontra o corpo de Duchemin. Mas quando ela retornou ao local, mais tarde, o corpo não estava mais no lugar.

Além disso, Violette encontrou um cartão postal no bolso do paletó de Duchemin e também achou a sua bolsa no local, sendo que anteriormente, ela não se encontrava no mesmo. O cartão postal foi enviado da Tunísia pelo próprio Duchemin.

Assim, não sabemos, de fato, o que aconteceu e ficamos na dúvida sobre que tipo de experiência Violette vivenciou, não sendo possível separar a a 'ficção' da 'realidade'. De fato, tais expressões, neste filme, perdem completamente o sentido. 

Mais adiante, vemos Violette e todos os membros do grupo de estudantes, bem como o próprio Duchemin, em um cinema, assistindo a um filme sobre a Tunísia, o mesmo país do qual ele enviou o cartão postal (vemos o próprio Alain Robbe-Grillet fazendo uma pequena aparição no cinema, tal como Hitchcock, Godard e outros o faziam). 

A partir deste momento todos os acontecimentos que veremos até perto do final irão se desenvolver na Tunísia, mas não ficamos sabendo se isso é fruto de uma alucinação de Violette ou se é o filme que está sendo exibido no cinema onde eles se encontram.

Na Tunísia, vemos que Duchemin levou um quadro que havia sido feito pelo tio de Violette e que teria um grande valor monetário. 

Violette volta a ver os seus amigos depois de passar por algumas experiências alucinatórias e das quais eles teriam participado, mas eles dizem que isso não aconteceu. 

Tal quadro acaba sendo objeto de disputa entre todos (Duchemin, François, e os jovens universitários amigos de Violette), gerando inúmeros conflitos, o que leva a provocar situações de violência, sequestro, uso de drogas, danças, morte e sexo, que são aquelas mesmas que Violette viu rapidamente em sua primeira viagem alucinatória. 

Violette também descobre que o quadro em questão era uma mera reprodução de residências que existiam em grande número na Tunísia e que, portanto, ele era uma reprodução muito comum das mesmas. 

O filme possui uma belíssima fotografia, com a explosão de cores típica da Cultura Pop da época, bastante influenciada pelo Psicodelismo, e também temos um uso intenso das três cores da bandeira francesa, o que poderia ser uma referência à obra de Godard, que sempre fez muito uso deste recurso em seus filmes. 

Um exemplo disso, é a belíssima abertura de 'Le Mépris', na qual a personagem de Brigitte Bardot (Camille) está nua sobre uma cama e pergunta ao marido (Paul), interpretado por Michel Piccoli, se ela era bonita.... 

Na Tunísia, Violette dança, ao som de música local, próxima de uma fogueira, em um ritual que mistura o sagrado e o sensual.

Tal relação pode ser estabelecida, pois Godard era um grande admirador das obras literária e cinematográfica de Robbe-Grillet e fazia questão de ler todos os livros e de assistir a todos os filmes do mesmo. E os filmes de Godard também faziam uso dos elementos de Cultura Pop do período, como os grafites, as histórias em quadrinhos, o rock e o farto uso de cores.

Porém, a influência da Pintura é muito forte no filme de Robbe-Grillet, como o fato do bar 'Eden' ser uma reprodução de uma pintura de Mondrian, como já afirmei. 

Já a trilha sonora é resultado dos sons ambientes captados durante a filmagem (da fábrica, do barulho do mar, do vento...), resultado da influência da música atonal de Schoenberg sobre Grillet, bem como da necessidade de se cortar os custos de produção de 'Eden and After'.

A sequência de 12 notas usadas por Schoenberg em sua música serial (chamada de dodecafonismo) também foi adaptada por Robbe-Grillet em seu filme, com 12 sequências que são simbolizadas por elementos como o labirinto, medo, água, sangue, prisão, sexo, violência, dança, fogo, vidro, esperma e morte.

Os membros do grupo de criminosos que lutam para encontrar o quadro, que acreditam possuir um grande valor monetário.

Sequência final!

Obs: Esse trecho do texto conta o final do filme. Se você não quiser ficar sabendo do mesmo, não o leia. 

Ao chegar na Tunísia, na cidade de Djerba (do qual vimos alguns cartazes no bar 'Eden' no início do filme), Violette procura por uma casa semelhante à do quadro do seu tio e do cartão postal enviado por Duchemin, mas ela descobre que há muitas casas semelhantes no lugar, localizado às margens do Mar Mediterrâneo. 

No lugar, ela descobre que Duchemin é um escultor, que faz as suas obras com objetos descartados e que usa modelos nuas nas mesmas, que incluem janelas, portas, escadas e jaulas, nas quais vemos algumas modelos presas. Violette se envolve romanticamente com Duchemin, que está com o quadro e que acaba passando para trás a sua antiga amante, a belíssima Marie-Eve, amiga de Violette. Maria-Eve acabará se suicidando. 

Além disso, vemos que François, Boris, Sonia, Jean Pierre, Franc e Marc Antoine formaram um tipo de quadrilha que está querendo roubar o quadro, que se encontra com Duchemin. Para isso, eles sequestram Violette e propõem trocar a mesma pelo quadro, mas o escultor se recusa. 

Porém, Boris mata a jovem Sonia, que havia roubado o quadro, e leva o quadro embora, mas esconde essa informação dos demais. No entanto, Boris acaba sendo morto por Violette, que o seduziu e lhe deu um veneno mortal. 

Violette escapa da prisão e encontra uma belíssima jovem loira, que se parece muito com ela e que a ajuda a se recuperar depois de uma longa viagem pelo deserto. 

Aos poucos, todos os membros da quadrilha de criminosos morrem em função dos conflitos gerados em torno da posse do quadro. Mas ao final ficaremos na dúvida se tudo isso aconteceu realmente.

Logo depois, Jean-Pierre e Marc Antoine lutam no mar, levando à morte do primeiro. Depois, o garçom François mata Marc Antoine, enquanto que Franc elimina Duchemin, que aparece morto na beira da água exatamente na mesma posição em que Violette o havia visto no início da história, quando estava na fábrica. 

A jovem loira e Violette sentem uma forte atração e chegam a trocar algumas leves carícias, mas Violette vai embora, entrando no mar, enquanto a jovem loira simplesmente desaparece no ar. Assim, Violette é a única sobrevivente dessa aventura alucinatória.  

E no final vemos os estudantes de volta ao 'Paraíso', ou seja, ao bar 'Eden', da pintura de Mondrian, no qual irão esperar pelo estranho Duchemin, que irá lhes oferecer, novamente, o 'pó do medo' alucinatório que os conduzirá a uma nova, distinta, imprevisível e fascinante aventura. 

E o filme termina de uma maneira a que nos leva a questionar o que foi que acabamos de ver exatamente.

Obs: Logo depois de realizar "L'Eden et Après", Robbe-Grillet usou os mesmos atores, atrizes e os mesmos elementos da história deste filme para realizar um outro, intitulado "N. a pris les dés..." ('N. pegou os dados'; 1971), que é um anagrama de "L'Eden et Après" e que conta com 79 minutos de duração. Porém, ele mudou a história. 

Violette, à direita, encontra uma bela jovem loira que a ajuda depois que fugiu da prisão. 

Informações Adicionais!

Título: "L'Eden et Après" (O Eden e Após);

Diretor: Alain Robbe-Grillet; 

Roteiro: Alain Robbe-Grillet;

Países de Produção: França, Tchecoslováquia e Tunísia;

Duração: 98 minutos;

Gênero: Drama Psicodélico; Fantasia; 

Música: Michel Fano;

Produção: Samy Halfon;

Edição: Bob Wade;

Fotografia: Igor Luther;

Elenco: Catherine Jourdan (Violette); Pierre Zimmer (Duchemin); Richard Leduc (Marc-Antoine); Lorraine Rainer (Marie-Eve); Sylvain Corthay (Jean-Pierre); Juraj Kukura (Boris); Jarmila Kolenicová (Sonia); Frantisek Gervai (François Gervai); Ludovít Króner (Franc); Eva Luther (Sósia de Violette).

Após as experiências alucinatórias terminarem, os jovens universitários voltam à rotina no bar 'Eden' (Paraíso).

Links:

Crítica sobre o filme: 

http://www.electricsheepmagazine.co.uk/reviews/2014/07/04/eden-and-after/

Vídeo sobre a trajetória e a obra de Piet Mondrian:

https://www.youtube.com/watch?v=u0RE9R9q2mI

Trailer do filme: