"La Caza" ('A Caça'; 1966): Carlos Saura realizou um clássico sobre a memória e os efeitos da Guerra Civil Espanhola!

"La Caza" ('A Caça'; 1966): Carlos Saura realizou um clássico sobre a memória e os efeitos da Guerra Civil Espanhola! - Marcos Doniseti!
'La Caza' (A Caça; 1966), dirigido por Carlos Saura, foi o filme que consagrou o cineasta espanhol internacionalmente e mostrou as mudanças que ocorriam na Espanha durante a década de 1960.

A produção de 'La Caza' (A Caça)!

"La Caza", dirigido por Carlos Saura, foi um dos principais filmes do 'Novo Cinema Espanhol' que se desenvolveu durante a década de 1960, juntando-se a outros inúmeros 'Cinemas Novos' que tivemos pelo mundo afora (Brasil, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha...) naquela década que foi extremamente inovadora para o cinema mundial.

Neste belo filme de Carlos Saura, o extremamente talentoso e criativo cineasta espanhol promove uma reconstrução da memória da Espanha (por meio de alegorias, metáforas e símbolos) e mostra que, em 1966, as feridas abertas pela brutal Guerra Civil, que havia terminado em 1939 (27 anos antes), ainda não tinham sido cicatrizadas. 

A Guerra Civil Espanhola provocou a morte de 500 mil pessoas e levou outras 500 mil ao exílio na França. E a sangrenta repressão desencadeada pela Ditadura Franquista no período posterior à Guerra provocou a morte de mais alguns milhões, segundo renomados historiadores espanhóis. Franco implantou um Estado Policial no qual estimulava a própria população a promover delações, uns contra os outros. 

Assim, tivemos até casos de filhos menores de idade que delataram seus pais como sendo 'comunistas' e também foram criados campos de concentração de trabalhos forçados e prisões abarrotadas com milhares de presos amontoados. A prisão feminina de Ventas, em Madrid, chegou a abrigar 4.000 prisioneiras, sendo que possuía capacidade para apenas 400. 

Este foi o terceiro longa-metragem do grande cineasta espanhol Carlos Saura, que se tornou um clássico do 'Novo Cinema Espanhol'

E graças ao filme o jovem cineasta Carlos Saura conquistou o 'Urso de Prata' de Melhor Diretor no Festival de Berlim, em 1966, o que o levou a ser reconhecido internacionalmente como um diretor criativo, ousado e inovador. 

Saura disse que Pasolini (um dos jurados em Berlim) lhe afirmou que 'La Caza' merecia o Urso de Ouro de melhor filme, mas o prêmio foi concedido para 'Cul-de-sac', de Roman Polanski. 
Elias Querejeta e Carlos Saura: Uma colaboração de muitos anos que deu origem a inúmeros clássicos do cinema espanhol.

O filme também conta com a excelente fotografia de Luis Cuadrado, que em 'La Caza' faz uso brilhante de planos fechados, grandes ângulos e domínio da profundidade de campo (que lembra muito o trabalho do mestre David Lean). Seu trabalho neste filme foi tão inovador, para o cinema espanhol da época, que mesmo o laboratório estranhou a fotografia de Cuadrado e ele teve que batalhar para fazer com que ela fosse preservada no filme. 


Posteriormente, Luis Cuadrado irá colaborar com Carlos Saura em inúmeros filmes, incluindo 'Peppermint Frappé' (1967), 'A Colmeia' (1969), 'O Jardim das Delícias' (1970), 'Ana e os Lobos' (1973) e 'A Prima Angélica' (1974). 

"La Caza" também foi o primeiro filme no qual Saura trabalhou com o produtor Elia Querejeta, que foi o único que aceitou financiar a realização do filme, pois a Ditadura Franquista ainda estava em plena vigência e era mais do que evidente que o roteiro do filme fazia uma série de referências à Guerra Civil e também continha inúmeras críticas à Ditadura Franquista. 

Com isso, muitos produtores se recusaram a se envolver com o filme de Saura e apenas Elias Querejeta teve coragem de produzir o mesmo. Ele entrou com metade do orçamento para a produção do filme, sendo que a outra metade ficou a cargo do próprio Saura, que usou da parte que lhe cabia na herança de sua família. Depois, graças ao sucesso do filme, ele devolveu o dinheiro para a sua família. 


Saura disse que Querejeta tinha acordos com distribuidores franceses e alemães e, assim, ele conseguiu fazer um filme com maior liberdade criativa, pois não dependeria apenas do mercado espanhol, decidindo fazer um filme que fosse deliberadamente inovador. 

Desta maneira, o filme teve uma excelente carreira internacional. E Saura também afirmou que as filmagens seguiram a ordem estabelecida pelo roteiro, o que era muito incomum naquela época.
José, Luis (frente), Paco (atrás) e Enrique são quatro amigos que representam setores distintos da sociedade espanhola e entram em conflito durante a caçada.

No filme também já vemos algumas das principais características da brilhante filmografia de Saura, como o uso de metáforas, símbolos e alegorias para retratar a realidade da Espanha, reconstruindo a memória do país por meio das lembranças e recordações dos seus personagens. Esta reconstrução permite a Carlos Saura construir uma memória, que é pessoal e histórica e que acabam se misturando.

Estes elementos também estarão presentes nos futuros filmes (verdadeiros clássicos) de Saura, como são os casos de "O Jardim das Delícias", "Ana e os Lobos" e do belíssimo "Cría Cuervos", que talvez seja a sua obra-prima.

'A Caça' foi filmado em povoados de clima árido e desértico da região de Toledo onde ocorreram, de fato, sangrentas batalhas na época da Guerra Civil e nas quais Franco obteve vitórias militares importantes, que permitiram a ele se tornar o principal líder das forças Golpistas, o que ele não era quando o conflito começou.

Assim, vemos três homens de meia-idade, acertarem contas pessoais e relembrarem os fatos do passado que estão relacionados à amizade de longo anos deles, sendo que dois lutaram na Guerra Civil do lado franquista (o fazendeiro José e o industrial Paco) e um lutou pelos Republicanos (Luis).

Saura estava procurando por locações para a realização do seu filme 'Chorando por um Bandido' (1964) e foi assim que ele encontrou alguns locais desérticos que chamaram a sua atenção, levando-o a escrever um roteiro no qual o lugar teria um papel fundamental, bem como procuraria contar uma história que se desenvolvia durante uma caçada aos coelhos.

As filmagens de 'La Caza' duraram quatro semanas e transcorreram durante Agosto de 1964 nas cidades de Seseña, Esquivias e Aranjuez. A equipe técnica e os atores sofreram muito com as altas temperaturas do lugar escolhido para filmagens. E o filme deveria ter se chamado 'A Caça ao Coelho', mas isso não foi possível graça às suas conotações sexuais.
Paco e José descansam, ao lado de Luis, que aponta a arma. Eles possuíam uma grande destreza com o uso das armas, o que é uma herança da Guerra Civil, da qual os três participaram.

Com este belíssimo filme o cineasta Carlos Saura conquistou o Urso de Prata de Melhor Diretor no Festival de Berlim, em 1966, e o filme foi bastante valorizado no exterior, recebendo muitos elogios de cineastas ligados à Nouvelle Vague francesa, ao Free Cinema britânico e à Nova Hollywood dos EUA, com tais cineastas dizendo que o filme de Saura era tão ousado e inovador quanto os filmes que eles estavam realizando.

Sam Pechinpah chegou a dizer que 'La Caza' mudou a sua vida e a influência de Saura fica nítida quando vemos um filme como 'The Getaway' ('Os Implacáveis').

Outro aspecto surpreendente é que o filme de Saura, mesmo com todas as óbvias referências à Guerra Civil, à Ditadura Franquista e às mudanças pelas quais a Espanha passava naquela época, acabou sendo liberado pela rígida censura da Ditadura Franquista.

Isso aconteceu, segundo o próprio Saura, porque o censor que avaliou o filme (um falangista chamado Marcelo Arroita Jáuregui) era um amante de Cinema e gostou muito de 'La Caza'. Além disso, Saura diz que ele e a equipe sabiam muito bem quais eram os limites dentro dos quais eles teriam que manter o filme. Com isso, 'La Caza' acabou sendo liberado.

'La Caza' foi o terceiro longa-metragem de Carlos Saura. Antes ele havia feito 'Los Golfos' (1960) e 'Llanto por un Bandido' (1964). E antes de realizar o seu primeiro longa-metragem, Saura dirigiu três curtas (em 1956, 1957 e 1958). 'La Caza' foi lançado em 09 de Novembro de 1966, em Barcelona, e acabou arrecadando um total de 56 mil Euros, bem mais do que havia custado (12 mil Euros), tendo sido assistido por 340 mil pessoas.
O atormentado e submisso Luis, o industrial interesseiro Paco, o fazendeiro arruinado José e o jovem inconformista Enrique participam de uma caça aos coelhos e simbolizam os diferentes segmentos da sociedade espanhola em transformação.

A trama do filme!

A história de 'A Caça' gira em torno de três homens adultos (José, Luis e Paco) que vão caçar coelhos, durante um domingo, em uma área extremamente árida e desértica, na região de Toledo, em um pequeno povoado no qual ocorreram batalhas sangrentas na época da Guerra Civil Espanhola.

Os amigos caçadores lutaram na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), sendo que Luis é o único que lutou na lado Republicano, e as memórias pessoais deles irão se misturar com as lembranças deste brutal e sangrento conflito. E a paisagem árida acaba se transformando em uma espécie de 'personagem', sendo que no início do filme um dos personagens (Luis) chega a dizer que, no passado, muitos morreram no local e que ali é um lugar bom para matar.

O jovem cunhado de Paco (Enrique) e Juan, que é o 'capataz' da propriedade onde se realiza a caçada (e que pertence a José), também participam desta 'Caça aos Coelhos'.

A caçada acaba se transformando em uma situação na qual os protagonistas (o fazendeiro José, o industrial Paco, o atormentado Luis) irão rememorar os fatos, ao lado do jovem Enrique, pessoais e históricos, do passado deles e da Espanha, trazendo à tona suas inseguranças, medos, angústias, fraquezas e perversões.

Cada um deles tem um traço de personalidade distinto dos demais: Enrique é o jovem orgulhoso, José é o torturado (graças a vários problemas pessoais), Paco é o interesseiro e Luis é o submisso.
Enrique, Paco, José e Luis participam da caça aos coelhos em um local árido e desértico, localizado na região de Toledo, onde ocorreram importantes batalhas na época da Guerra Civil Espanhola (1936).

Paco também é aquele que possui uma mentalidade que reflete um claro 'darwinismo social', afirmando que 'o peixe grande sempre come o pequeno', no que é retrucado por Luis, quando o mesmo diz que o contrário também pode acontecer, citando o caso das piranhas da Amazônia que comem jacarés. Assim, essa discussão entre ambos acaba refletindo as diferentes visões de mundo de cada um, sendo que fica evidente que Paco é um Franquista e que Luis é um Republicano.

E uma frase, dita por Luis, mostra que as feridas do passado não haviam cicatrizado, quando ele diz que na propriedade 'os buracos existem apenas no terreno'. Mas o que está implícito na frase é que estes buracos também existem na alma dos participantes da Guerra Civil, do próprio povo espanhol, incluindo os três amigos da caçada. Inclusive, o próprio Carlos Saura, nascido em 1932, sofreu as consequências do brutal conflito, pois era criança quando o mesmo estourou (ele tinha 4 anos de idade em 1936).  

Assim, vemos José levar o seu amigo Paco até uma caverna, que está trancafiada, e na qual lhe mostra um esqueleto de um soldado que participou da Guerra Civil, o que é uma clara referência ao fato de que muitas das vítimas do Franquismo foram enterradas em covas coletivas clandestinas.


Tais covas clandestinas foram criadas a fim de esconder os massacres que ocorreram contra os Republicanos durante a Guerra Civil (1936-1939) e que continuaram, depois, na época da Ditadura Franquista (1939-1975). Até os dias atuais são descobertos estes verdadeiros 'cemitérios' clandestinos com vítimas do sanguinário regime Franquista.


Assim, muitos enxergam no filme de Saura um tipo de metáfora a respeito da Guerra Civil Espanhola, embora o cineasta espanhol diga que o foco do filme era o relacionamento entre os amigos caçadores. E uma frase que pode resumir 'La Caza' é dita por um dos personagens: "Quanto mais defesas o inimigo tem, mais bonita é a caça, se luta de poder para poder. É por isso que alguém disse que a melhor caçada é a caça ao homem.".

José mostra para Paco o esqueleto de um soldado que morreu durante a Guerra Civil Espanhola e que estava em uma das inúmeras cavernas do local. Milhões de espanhóis foram assassinados pela Ditadura Franquista mesmo depois que a Guerra terminou.

Porém, nesse momento em que a caçada acontece, o grande proprietário de terras (José) está vivendo uma fase de grandes dificuldades, pois se afogou em dívidas, e organiza a caçada com o objetivo de tentar convencer o rico e próspero industrial Paco a lhe fornecer um vultoso empréstimo (de 500 mil Pesetas). E para piorar a sua situação José está se divorciando e passou a viver com uma bela jovem (a bela Maribel, que vemos apenas por meio de uma fotografia), o que lhe acarreta mais despesas ainda. 

Assim, por meio destes dois personagens vemos a ascensão, na Espanha dos anos 1960, de uma burguesia industrial moderna (Paco) e a decadência da velha classe de grandes proprietários de terra (José). Enquanto isso, Luis era o trabalhador que vivia na condição de dependente de José mas que, devido à virtual falência deste último, acaba combinando de ir trabalhar como operário na fábrica pertencente a Paco, o que é uma maneira de Saura de retratar a modernização industrial e a urbanização pela qual a Espanha passava no período. 


O calor intenso e as conversas sobre eventos, pessoais e históricos, que aconteceram no passado dos três (e da Espanha, ou seja, a Guerra Civil de 1936-1939) acabam por deixá-los cada vez mais nervosos e irritados, fazendo com que a tensão entre os caçadores comece a crescer. Esta tensão crescente fará com que eles entrem em choque, provocando um confronto sangrento e decisivo que explodirá com toda a força na sequência final e que irá assustar o jovem Enrique.

O fazendeiro José, Luís (sócio de José e dependente do mesmo) e o industrial Paco, junto com Enrique (cunhado de Paco) participam de uma 'caça ao coelho' na propriedade de José, que é um grande proprietário de terras que está virtualmente falido e que deseja usar a caçada para pedir um empréstimo ao seu velho amigo (Paco), que é um industrial bem sucedido, que se beneficiava com o processo de modernização e de mudanças que se desenvolvia na Espanha dos anos 1960.
O jovem Enrique e Luis conversam. Este último diz para Enrique que o mesmo deveria buscar a ajuda e proteção de alguém mais forte e poderoso, mas ele recusou tais ideias, mostrando que os jovens dos anos 1960 tinham valores diferentes da anterior, valorizando a sua independência.

Também vemos uma família de pequenos proprietários, muito pobres, que vivem de criar alguns animais e de fabricar e vender pão, que é uma forma de Saura de mostrar que o regime franquista nada fez para beneficiar este grupo social, pois a Ditadura de Franco era sustentada pelos latifundiários, para os quais a pobreza dos pequenos agricultores e dos seus empregados era muito conveniente, pois os mesmos acabavam tendo que recorrer a eles para pedir ajuda, tal como o capataz Juan o faz quando pede para o fazendeiro José que o ajude com o tratamento médico de sua esposa. 

E é por meio dos três protagonistas que o grande cineasta Carlos Saura mostra que as feridas da grande atribulação que havia atingido a Espanha (a Guerra Civil, é claro) ainda não haviam cicatrizados e também mostra que o país passava por mudanças significativas em sua economia e em sua sociedade na década de 1960. 

Afinal, além da crescente industrialização e urbanização do país, a Espanha passou a receber milhões de turistas estrangeiros, o que contribuiu para a aceleração das mudanças econômicas, sociais e comportamentais que ocorriam no país.  

Assim, também vemos uma adolescente (Carmen, filha do capataz Juan) que dança, junto com o jovem Enrique, ao som de música Pop, que é uma maneira de Saura mostrar que a sociedade espanhola passava por uma mudança geracional e de comportamento. 

Luis é um indivíduo fraco, triste e alcoólatra, apaixonado por uma ficção científica de caráter apocalíptico, que fala sobre uma grande atribulação que tinha promovido uma gigantesca destruição em um 'quinto planeta', sendo que as feridas provocadas pela mesma ainda não haviam cicatrizadas, o que é uma maneira pouco sutil de se referir à Guerra Civil de 1936-1939. Ele é o mais atormentado dos três amigos, aquele que mais deixa à mostra que as feridas do passado ainda estão expostas, tudo porque ele lutou do lado derrotado (Republicanos). 
O cineasta Carlos Saura (à direita) durante as filmagens de 'A Caça'.

Enquanto isso, o rico industrial Paco convida Enrique, seu jovem cunhado para participar da caçada e também temos a participação de Juan, o 'capataz' da propriedade, empregado de José, e da sua sobrinha (Carmen). Juan, o capataz da propriedade, e sua jovem sobrinha Carmen os ajudam na caça, fornecendo vários 'furões' (animais caçadores) que eles planejam usar para ir buscar os coelhos em suas tocas.

Depois de alguns drinques, José pede a Paco o empréstimo, o que ele nega. E conforme o dia avança, as tensões aumentam cada vez mais entre os membros do grupo. Luis, em estado de embriaguez, pratica tiro ao alvo com um manequim, além de causar um incêndio que quase sai do controle, o que o leva a ser ofendido por Paco.

Com isso, José agride Luis, que não enfrenta a humilhação. E perto do fim vemos Paco matar um dos 'furões' fornecidos pelo capataz Juan para caçar. Embora ele alegue que isso ocorreu de forma acidental, José acredita que ele fez isso com malícia e Juan fala que tal atitude foi intencional. Desta maneira, a caça ganha intensidade, o clima  entre eles esquenta cada vez mais e o ritmo dos tiros cresce de forma incontrolável.

Com isso, o ódio, as mágoas e as frustrações, que eram mais do que evidentes, dos três adultos, atingem o clímax quando eles se enfrentam de maneira mortal na sequência final. O jovem Enrique vai embora, ileso, e o filme termina em uma imagem congelada que mostra o jovem fugindo da carnificina que presenciara.

'La Caza' é um clássico e foi o responsável por romper o isolamento do Cinema Espanhol em relação à própria realidade do país na época e, também fez o mesmo no exterior, ao conquistar o Urso de Prata de Melhor Diretor para Carlos Saura no Festival de Berlim de 1966, obtendo um significativo reconhecimento internacional. 

E apesar das várias e distintas interpretações a respeito de 'La Caza', Saura disse que, no fim das contas, durante quatro semanas, em um pequeno local, ele fez um pequeno filme, com quatro atores e alguns coelhos. 
Luis e Enrique visitam a família de Juan (capataz de José) para comprar pão. A família de pobres camponeses retrata o atraso, as injustiças e as desigualdades sociais existentes na área rural da Espanha.

Frase!

Carlos Saura: "Quando Luis Buñuel viu o filme, gostou muito dele. Pediu-me o roteiro para ler, mas depois ficou indignado porque disse: Mas nada acontece aqui!"... Carlos Saura ri quando se lembra dessa história..

Informações Adicionais!

Título: La Caza (A Caça);
Diretor: Carlos Saura;
Roteiro: Carlos Saura e Angelino Fons;
Ano de Produção: 1966;
País de Produção: Espanha;
Gênero: Drama;
Duração: 83 minutos;
Fotografia: Luis Cuadrado;
Música: Luis de Pablo;
Elenco: Ismael Merlo (José); Alfredo Mayo (Paco); José María Prada (Luis); Emilio Gutíerrez Caba (Enrique); Fernando Sánchez Polack (Juan); Violeta García (Carmen); María Sanchez Aroca (Mãe de Juan);
Prêmios: 
Urso de Prata de Melhor Diretor para Carlos Saura no Festival de Berlim de 1966;
Melhor Filme do Círculo de Roteiristas de Cinema da Espanha em 1967;
Melhor Ator (Alfredo Mayo) do Círculo de Roteiristas de Cinema da Espanha em 1967;
Melhor Filme do Festival de Sant Jordi (Catalunha) em 1967.
José agride Luis, que não reage, mostrando a relação de submissão e dependência do segundo em relação ao grande proprietário de terras. Os latifundiários eram um dos principais grupos sociais que sustentavam a Ditadura Franquista e usavam da violência contra quem os enfrentava.

Links:

'La Caza' no aniversário de 50 anos:
https://www.eldiario.es/cultura/cine/caza-aniversario-saura-censura_0_575342723.html

IMDB:
https://www.imdb.com/title/tt0060223/

Wikipédia:
https://es.wikipedia.org/wiki/La_caza_(película)


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