‘La Guerre Est Finie’: Alain Resnais, mostra o fim do sonho dos espanhóis que lutaram contra Franco na Guerra Civil!
‘La Guerre Est Finie’: Alain Resnais, mostra o fim do sonho dos espanhóis que lutaram contra Franco na Guerra Civil! – Marcos Doniseti!
Sinopse!
Este é um belíssimo filme de Alain Resnais, um dos grandes nomes do cinema contemporâneo, autor de várias obras fundamentais, como é o caso de 'Hiroshima mon Amour' (1959).
O roteiro foi escrito pelo escritor e dirigente político espanhol Jorge Semprún, possuindo um caráter autobiográfico, pois mostra a trajetória do próprio roteirista durante grande parte da sua vida política e intelectual.
No filme, cuja trama se desenvolve em 1965-1966, Semprún é representado pelo personagem Diego Mora (Yves Montand), que é um dirigente do PCE (Partido Comunista Espanhol) exilado na França.
Diego, junto com outros dirigentes exilados do PCE, vive atravessando a fronteira entre França e Espanha (Semprún fez isso inúmeras vezes e nunca foi capturado pela polícia da genocida Ditadura Franquista).
Os dirigentes do PCE estão convencidos de que irão conseguir mobilizar os trabalhadores e estudantes espanhóis para realizar uma Greve Geral que irá derrubar o genocida Francisco Franco do poder.
Mas, à medida que viaja com cada vez mais frequência para a Espanha ele se convence de que os planos do PCE não são viáveis, pois a Ditadura Franquista se consolidou no poder e a economia espanhola graças aos 14 milhões de turistas que visitam o país.
O filme também mostra os romances que Diego tem com Marianne e com Nadine, sendo que cada uma delas representa um caminho distinto em sua trajetória pessoal e revolucionária.
Jorge Semprún escreveu uma bela e numerosa obra literária, com muitas memórias pessoais e históricas, chegando a escrever uma biografia de Yves Montand.
Em 1988 ele tornou-se ministro da Cultura do governo de Felipe González, cargo que ocupou até 1991. Ele faleceu em 07/06/2011, aos 87 anos de idade.
Jorge Semprún também foi homenageado com o lançamento de um selo em 2023, quando se completaram 100 anos do seu nascimento (em 10/12/2023).
O Contexto Histórico!
Jorge Semprún, Alain Resnais e Yves Montand na época da produção de 'La Guerre est Finie' (1966). |
Tempos atrás eu li um livro do historiador britânico Tony Judt a respeito da história da Europa no Pós-Guerra ("Pós-Guerra: Uma História da Europa desde 1945").
E em uma determinada parte do livro (página 525), Judt comenta a respeito da situação política da Espanha nas décadas de 1960/70, no qual ele cita este filme de Alain Resnais como um exemplo de que, para as novas gerações de espanhóis, a Guerra Civil era algo muito distante de suas vidas e que tal acontecimento, mesmo sendo importante historicamente, pertencia ao passado.
Instigado pelos comentários de Tony Judt, me interessei em assistir a este filme de Alain Resnais.
E tal como diz o historiador britânico, o filme do cineasta francês deixa claro que os sonhos dos comunistas e dos Republicanos veteranos da Guerra Civil (1936-1939) de promover um levante revolucionário na Espanha, na década de 1960, com o objetivo de derrubar a Ditadura de Franco, já não passavam de ilusões.
De fato, é esta a triste e melancólica mensagem que este belo filme de Resnais transmite, ou seja, a de que a Ditadura de Franco, naquele momento em que o filme foi produzido (1966), estava fortemente consolidada e que era literalmente impossível derrubar a mesma por meio de uma insurreição revolucionária, pois não existiam as condições necessárias para que isso fosse levado adiante.
E neste caso pode-se dizer que o filme de Resnais sabia muito bem a ideia que estava transmitindo às pessoas em seu filme, pois o roteiro do mesmo foi escrito pelo escritor (político, roteirista) e ex-dirigente do PCE (Partido Comunista Espanhol) Jorge Semprún. O pai deste foi ministro do governo Republicano (da Frente Popular) espanhol.
Matéria de jornal sobre o filme 'La Guerre Est Finie', de Alain Resnais. |
Semprún também foi um militante político espanhol que atuou na Resistência Francesa, que lutou contra o domínio nazista na França, e que se tornou um importante dirigente do Partido Comunista Espanhol (PCE), ao qual se filiou em 1941.
Ainda durante a Segunda Guerra Mundial, Semprún foi preso pela Gestapo, em 1943, e acabou sendo levado para o campo de concentração de Buchenwald, experiências que o inspiraram a escrever o seu primeiro livro, que foi 'A Grande Viagem'.
Depois da Segunda Guerra Mundial, Semprún atuou politicamente no PCE, de forma clandestina, devido à forte repressão promovida pela criminosa Ditadura de Franco contra toda e qualquer oposição, chegando a se tornar um membro do Comitê Central do partido entre 1956-1964.
Nesta condição, Semprún e outros líderes e dirigentes do PCE alimentaram, durante muito tempo, a ilusão de que seria possível mobilizar e organizar o povo espanhol para que o mesmo promovesse uma Revolução, por meio de uma Greve Geral de operários e estudantes, que derrubaria a Ditadura franquista.
E
o belo filme de Alain Resnais mostra o processo de desmoronamento desta
ilusão, que durou muito tempo, pois a Guerra Civil espanhola havia
terminado no distante ano de 1939.
Além disso, Resnais usa de alguns recursos estilísticos bem próprios, que o fazem diferente de outros cineastas que fazem filmes políticos, como a utilização de imagens mentais dos personagens e planos justapostos. Também vemos o protagonista do filme, Diego Mora, tentando antecipar os futuros acontecimentos nos quais estará envolvido.
E temos até uma referência homenageando ao filme 'Uma Mulher Casada' (1964), de Godard, que se faz pela maneira como Resnais filma uma cena de sexo (entre Diego/Domingo e Nadine), que é sugerida, mas não é exibida, pois ele mostra apenas pedaços do corpos dos amantes, tal como Godard fez em seu belo filme.
Godard e Resnais eram dois grandes cineastas, que se respeitavam muito.
O grande ator francês Yves Montand interpreta Diego Mora, dirigente exilado do PCE, personagem que se baseou na vida de Jorge Semprún, autor do roteiro do filme. |
Semprún também fazia frequentes viagens para a Espanha, de forma clandestina. Porém, naquele período, ele acabou tornando-se um crítico da linha política do PCE, que era liderado por Santiago Carrillo, o que o levou a ser expulso do partido.
Depois disso, Semprún acabou dedicando-se à literatura e ao cinema, escrevendo roteiros de vários filmes, como este 'La Guerre est Finie', bem como dos clássicos políticos 'Z' e 'A Confissão', dirigidos pelo grande mestre do cinema político greco-francês Costa-Gavras. E nos últimos anos de vida, Semprún tornou-se um ardoroso defensor da unificação da Europa, com a Espanha aderindo à União Europeia em 1986. Ele faleceu em 2011, aos 87 anos.
É bom ressaltar que a Guerra Civil Espanhola foi, segundo o historiador britânico marxista Eric Hobsbawm, um conflito que uniu as forças liberais e democráticas da opinião pública do Ocidente com as diferentes forças de Esquerda (stalinistas, anarquistas, trotskistas, sindicalistas revolucionários) em uma luta internacionalista contra as forças do Nazifascismo.
Hitler e Mussolini apoiaram ostensivamente as forças reacionárias do general Francisco Franco, que internamente era apoiado pelos Latifundiários, pelo Exército, pela Falange Fascista e pela Igreja Católica, que exercia uma grande influência sobre os camponeses.
Até nos EUA, as forças do governo Esquerdista Republicano espanhol tinham o apoio de 87% da população.
De acordo com Hobsbawm, a história da Guerra Civil Espanhola acabou sendo escrita pelos vencidos, devido à maciça mobilização internacional que ocorreu por parte de escritores, artistas e intelectuais, e não pelo vencedor, Francisco Franco e os regimes nazifascistas que o apoiaram.
Isso aconteceu porque, no final, o Nazifascismo acabou sendo derrotado fragorosamente na Segunda Guerra Mundial. Com isso, o regime franquista fez com que a Espanha ficasse isolada da comunidade internacional por quase uma década após o final do conflito.
Somente com o desenvolvimento da Guerra Fria é que a Ditadura de Franco acabou se integrando ao mundo Capitalista Ocidental e tornou-se uma aliada dos EUA (o mesmo aconteceu com a Ditadura de Salazar, em Portugal) e, é claro, uma inimiga da URSS e do chamado 'Bloco Socialista'.
Aliás, o mesmo aconteceu na América Latina, onde os EUA foram decisivos na instalação e apoio a uma série interminável de sangrentas, corruptas e criminosas Ditaduras Militares em toda a região (Argentina, Brasil, Haiti, Nicarágua, Honduras, Chile, Uruguai, Paraguai, etc).
O filme de Resnais mostra que, apesar da derrota na Guerra Civil (1936-1939), os comunistas espanhóis mantiveram, por muito tempo, a esperança de que ainda seria possível derrubar a Ditadura franquista por meio de um processo revolucionário, mas que estas ilusões já não existiam mais após 30 anos do início do conflito e 27 anos depois da ascensão de Franco ao poder.
Franco tornou-se ditador em Abril de 1939, após vencer a Guerra Civil, que havia começado em Julho de 1936, depois do fracasso de uma tentativa de Golpe de Estado que foi promovido pelo Exército. A vitória de Franco foi possível graças ao decisivo apoio dos governos de Hitler, Mussolini e Salazar, bem como do governo do Império Britânico, que preferia ver o semifascista e reacionário Franco governando a Espanha, em vez das Esquerdas espanholas.
Somando as três Ditaduras (Hitler, Mussolini e Salazar), elas enviaram cerca de 110 mil soldados para lutar ao lado das forças franquistas na Guerra Civil Espanhola.
A trama do filme!
A trama do filme!
A trama do filme, no qual temos alguns trechos que são narrados pelo próprio Semprún, gira em torno de um dirigente do PCE, Diego Mora (interpretado por Yves Montand), que vive transitando entre as fronteiras da Espanha e da França.
Diego atua levando informações a respeito da situação política espanhola para os dirigentes do PCE que estão exilados na França, bem como passando orientações destes líderes para os militantes que permaneceram na Espanha.
Na sua mais recente viagem para a Espanha, Diego descobre a respeito da prisão de vários dos mais importantes militantes do PCE e toma a decisão de retornar para a França, mesmo sem a autorização dos dirigentes exilados no país, a fim de avisar um dos líderes do partido (Juan) para que o mesmo não vá para a Espanha, pois a chance dele vir a ser preso é muito grande.
Afinal, é claro que os militantes presos há poucos dias serão brutalmente torturados para que entreguem companheiros e passem informações aos policiais espanhóis sobre os grupos de resistentes.
E o próprio Diego passa por dificuldades para retornar para a França, pois ele e seu companheiro de viagem, são parados na fronteira pelos policiais franceses, que desejam obter informações a respeito de Diego, que viaja com um passaporte falso, que pertence a um espanhol (Sallanches) que faz parte da rede de exilados espanhóis.
Ele é salvo de maiores complicações por Nadine, filha de Sallanches, que confirma as informações que ele precisava obter a fim de não ser preso. Enquanto Diego viaja de volta para a Espanha, temos também uma narração na qual ele conta a respeito das prisões que ocorreram durante a sua estadia em sua terra natal.
Ele fica cada vez mais preocupado, angustiado e desiludido com as sucessivas prisões dos militantes comunistas, pois se dá conta de que a análise que os dirigentes do PCE (exilados na França) fazem a respeito da situação política e social da Espanha está totalmente equivocada.
Diego percebe que a Espanha não está, como pensam os dirigentes exilados do PCE, próxima de passar por uma greve geral que irá desembocar em um levante revolucionário e que irá mobilizar os trabalhadores, as massas proletárias, e os estudantes, e que resultaria na queda da Ditadura franquista.
Diego percebe que, de fato, o cenário é totalmente diferente e que a Ditadura de Franco está mais forte do que nunca.
Diego fala que a Guerra Civil se transformou numa espécie de Mito ao qual os antigos combatentes comunistas se agarram a fim de manter a suas ilusões revolucionárias, mas que não isso não tem mais base alguma na realidade espanhola da época.
Ele chega a dizer que enquanto os dirigentes do PCE estão pensando em Revolução, a Espanha recebe 14 milhões de turistas por ano. Assim, ele percebe que a Ditadura franquista consegue se manter economicamente sólida e que realidade internacional da época é totalmente contrária aos planos dos comunistas espanhóis.
Obs1: Esta visão de Diego é bem mais realista do que a dos demais dirigentes do PCE. A Espanha de Franco, mesmo sendo uma Ditadura, conseguiu quebrar o isolamento em que se encontrava ao final da Segunda Guerra Mundial, aliando-se ao mundo Capitalista liderado pelos EUA, com o qual o governo da Espanha assinou uma série de acordos militares, passando a integrar o sistema de Defesa (OTAN) ocidental. E a Espanha somente não entrou para a OTAN, na época de vigência do Franquismo, porque os outros países europeus vetaram a sua adesão, devido ao fato dela ser uma Ditadura. Assim, a Espanha, como Diego percebeu, não estava mais isolada no cenário internacional, muito pelo contrário. Logo, qualquer tentativa de se promover uma Revolução Socialista no país acabaria desembocando, muito provavelmente, em algum tipo de intervenção militar direta da OTAN (em favor de Franco, é claro) ou então esta forneceria significativa ajuda militar ao governo de Franco para que o mesmo pudesse derrotar tal tentativa de Revolução.
Retornando para a França, Diego voltará a ver a sua amante (Marianne), com a qual ele não se encontrava já há seis meses. Ela é uma mulher madura, uma tradutora bem estabelecida em sua profissão, e deseja que ele abandone aquela vida de revolucionário profissional, que exige que ele faça constantes viagens para a Espanha, onde passa grande parte do tempo, falando que deseja se casar e que também quer ter um filho com Diego.
Mas quando volta para a França, Diego vai se encontrar com Nadine Sallanches, que foi a responsável por evitar a sua prisão quando retornava da Espanha, fazendo-se passar por filha dele. E quando eles se encontram, surge uma forte atração entre ambos.
Diferente de Marianne, Nadine se encanta ao saber que ele é um 'revolucionário profissional', enquanto ele sente-se atraído pelo espírito mais libertário da bonita jovem. E com isso eles acabam tendo uma noite de amor e iniciam um breve romance.
No filme, Resnais deixa, assim, bem claro o contraste entre as duas vidas que Diego poderá vir a seguir: um relacionamento conservador e convencional, com Mariane, ou mais libertário e ousado, com Nadine.
Aliás, Nadine também faz parte de um grupo esquerdista, que se diz leninista, e que critica a estratégia adotada pelo PCE, defendendo uma postura mais ousada e combativa na luta contra a Ditadura franquista.
Eles não querem simplesmente promover Greves Gerais revolucionárias, que é a estratégia (de uma Esquerda mais tradicional) do PCE, mas partir para uma ação revolucionária imediata, leninista-bolchevique, promovendo-se atentados terroristas, para poder derrubar a ditadura de Franco.
Aliás, a estratégia defendida por esse pequeno 'Grupo Leninista de Ação Revolucionária' é o de promover atentados terroristas que afastem os turistas da Espanha, pois eles percebem, tal como o próprio Diego, que os recursos gastos pelos turistas são fundamentais para que a Ditadura de Franco e a economia espanhola se mantenham fortes.
Obs2: Até os dias atuais a economia da Espanha depende, em grande parte, dos recursos levados pelos turistas ao país. A infra estrutura turística do país foi construída pela Ditadura Franquista, com recursos originários dos EUA, que investiram fortemente no país, principalmente depois dos acordos assinados pelos governos dos dois países em 1953.
Porém, embora pense de maneira semelhante aos integrantes do grupo leninista, Diego não se sente nenhum pouco atraído pelo uso do terrorismo como método de luta, até porque tal prática acaba afastando o apoio popular à qualquer tentativa de se derrubar o governo, mesmo que este seja uma Ditadura, como era o caso da Espanha de Franco.
Assim, da mesma forma que Diego se divide entre duas mulheres (a conservadora e tradicional Marianne e a ousada e revolucionária Nadine), ele também se divide entre duas estratégias de luta política e social, ambas pretensamente revolucionárias (a do PCE e a do Grupo de Ação Revolucionária).
Quando um policial foi interrogar Nadine, porque foi para ela que Diego telefonou quando ficou retido na fronteira entre França e Espanha, o mesmo disse que a Polícia tinha conhecimento pleno do fato de que não era apenas contrabando que passava pela fronteira, mas também muito ativistas políticos clandestinos, como era o caso de Diego Mora (o alter ego de Jorge Semprún).
E ele completa dizendo que nem sempre a Polícia prende tais militantes políticos porque, no futuro, eles poderão estar no Governo, ocupando cargo de ministros.
Obs2: Este diálogo do Policial com Nadine se confirmou quando, entre 1988 e 1991, Jorge Semprún ocupou o cargo de Ministro da Cultura do governo de Felipe González (do PSOE, que contou com muitos dos seus integrantes que lutaram na Guerra Civil Espanhola contra Franco). Assim, o roteiro de Semprun revelou-se inteiramente profético.
ESTE TRECHO DO TEXTO CONTA O FINAL DO FILME!
Quando Diego Mora volta para a França e se reúne com os dirigentes do PCE, estes percebem, pela análise que Diego faz da realidade espanhola, que o mesmo não acredita mais na ideia de que é possível desencadear um processo revolucionário na Espanha.
E em função disso, tais dirigentes determinam que Ramon irá para a Espanha, clandestinamente, no lugar de Diego. Mas a morte de Ramon faz com que Diego tenha que ir em seu lugar. E Marianne acaba, desta vez, por também ir para a Espanha, embora vá de avião, procurando chegar antes dele.
Aliás, enquanto Marianne o estimula a continuar a sua luta, usando a mesma estratégia de sempre, dizendo que a Greve Geral irá triunfar, dispondo-se a ir viver com ele na Espanha, Nadine sente-se atraída pelos métodos de ação direta, violentos, do 'Grupo Leninista de Ação Revolucionária' do qual ela faz parte.
Portanto, para Diego, fica claro que a escolha por uma das mulheres implicará, também, na opção por uma das estratégias de luta. Assim, Diego acaba por abandonar a jovem, ousada e liberal Nadine, optando por ficar com Marianne, dando continuidade à mesma forma de luta à qual ele conhece muito bem e a qual já está habituado.
Uma das cenas mais bonitas do filme é justamente quando Nadine vai atrás de Diego, após este encerrar a discussão com os jovens revolucionários leninistas, e lhe pergunta se ele irá voltar desta viagem para a Espanha e ele, em silêncio, deixa claro que, desta vez, esta será uma viagem sem volta.
Diego já fez a sua escolha.
Diego, mesmo não acreditando mais na ideia de que a Revolução esteja prestes a triunfar na Espanha, acabou decidindo continuar a luta em seu país natal, mesmo que o resultado da mesma seja a derrota ou a sua morte.
Afinal, em muitos momentos históricos, o mais importante não é vencer ou perder, mas lutar, a fim de não permitir que a chama se apague.
O cineasta Alain Resnais, Geneviève Bujold e Yves Montand na época das filmagens de 'La Guerre Est Finie'. |
Título: La Guerre Est Finie (A Guerra Acabou);
Diretor: Alain Resnais;
Roteiro: Jorge Semprún;
Duração: 116 minutos;
Ano de Produção: 1966;
Países de Produção: França e Suécia;
Música: Giovanni Fusco;
Fotografia: Sacha Vierny;
Elenco: Yves Montand (Diego Mora); Ingrid Thulin (Marianne); Geneviève Bujold (Nadine Sallanches); Jean-François Rémi (Juan); Paul Crauchet (Roberto); Anouk Ferjac (Marie Jude); Dominique Rozan (Jude); Michel Piccoli (Inspetor da Aduana): Marie Mergey (Madame Lopez); Roland Monod (Antoine); Gérard Lartigau (Líder do Grupo de Ação Revolucionária); Jean Bouise (Ramon); Annie Fargue (Agnès); Jacques Rispal (Manolo); Sissi Kaiser (Lola).
Prêmio: Melhor Filme do Sindicato dos Críticos de Cinema da França (1967).
Links:
Informações sobre o filme:
Links:
Informações sobre o filme:
http://www.imdb.com/title/tt0060481/?ref_=fn_al_tt_1
Jorge Semprún:
Jorge Semprún:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_Sempr%C3%BAn
Campo de concentração de Buchenwald:
Campo de concentração de Buchenwald:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Buchenwald
Eric Hobsbawm e a Guerra Civil Espanhola:
http://www.sinpermiso.info/textos/memoria-de-la-guerra-civil-espaola
Eric Hobsbawm e a Guerra Civil Espanhola:
http://www.sinpermiso.info/textos/memoria-de-la-guerra-civil-espaola
O bombardeio sobre Guernica:
Texto sobre a vida e a morte de Jorge Semprún:
Conheça a história heroica e corajosa de Jorge Semprún:
Jorge Semprún e sua história no campo de concentração de Buchenwald:
Morte de Jorge Semprún:
Semprún: Sua vida por meio de sua obra:
J. Semprún e as Esquerdas brasileiras:
100 anos do nascimento de Jorge Semprún:
Análise do filme feita por Mauro L. Rovai:
Genevieve Bujold em momento do filme no qual Alain Resnais homenageia e cita 'Uma Mulher Casada' (1964), de Godard. Os dois cineastas eram amigos e se respeitavam. |
Trailer do filme:
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