'Cronaca di un Amore': Influenciado pelos Filmes Noir, Antonioni conta uma bela e trágica história de amor!

'Cronaca di un Amore': Influenciado pelos Filmes Noir, Antonioni conta uma bela e trágica história de amor! - Marcos Doniseti!

"Cronaca di un Amore" (1950): Já em seu primeiro longa-metragem, o gênio Michelangelo Antonioni produziu uma belíssima obra, bastante influenciada pelos filmes Noir. Antes, Antonioni realizou uma série de documentários baseados nos preceitos do Neo-Realismo, do qual foi um dos pioneiros. Mas, em 'Cronaca di un Amore' ele foi criticado porque começou a deixar de lado as teses neo-realistas, mostrando a burguesia como a protagonista da trama e não mais os trabalhadores.

Antonioni, o Filme Noir e o Neorrealismo Italiano!

Já no início de sua magistral carreira, Michelangelo Antonioni nos brindou com um belíssimo filme, no qual temos uma clara influência do policial Noir americano.

Todos os principais elementos deste gênero policial, que foi extremamente popular nos anos 1940 e 1950, estão presentes neste excelente filme do mestre italiano: Mulheres fatais, crimes passionais e misteriosos, passados nebulosos, clima sombrio, detetives particulares, ciúme, suspeita, final trágico. 

Este belo filme de Antonioni também antecipa parcialmente, de certa maneira, a sua produção a partir de 'A Aventura' (de 1960), que passa a tratar muito mais do interior dos personagens, das suas angústias, tristezas, melancolias, enfim, dos seus sentimentos, possuindo características marcadamente Existencialistas.

Assim, em seus filmes do período 1950-1957, Antonioni não trata apenas dos aspectos exteriores da sociedade, da sua realidade social e econômica, como fazia na época do Neorrealismo, quando dirigiu vários documentários (entre 1947-1950) mas também do interior dos personagens. Esta mistura marcará a sua obra por toda a década de 50.

Esta fase em que elementos neo-realistas e existencialistas se misturam em sua obra vai durar até 'O Grito' (1957), que é outro belíssimo filme de Antonioni, e que já foi comentado aqui no blog. Neste período, Antonioni também dirigiu 'A Dama Sem Camélias' ('La Signora Senza Camelie'; 1953), com a mesma Lucia Bosè de 'Cronaca di un Amore', 'Os Vencidos' ('I Vinti'; 1953) e 'As Amigas' ('Le Amiche', 1955). 

A trama do filme! 

A trama deste belo filme que é 'Cronaca di un Amore' gira em torno da jovem e bela Paola Molon, interpretada pela lindíssima Lucia Bosé.

Na época da realização do filme, Lucia Bosé apenas 19 anos, e que havia sido eleita Miss Itália em 1947, concurso no qual derrotou Gina Lollobrigida, Silvana Mangano e Eleonora Rossi Drago que, posteriormente, também tiveram brilhantes carreiras no Cinema.

A belíssima Lucia Bosé tinha apenas 19 anos quando protagonizou este filme de Antonioni. Este foi o seu segundo longa-metragem. Sua estreia tinha sido naquele mesmo ano (1950), em um filme do diretor Giuseppe De Santis ("Non c'è Pace Tra gli Ulivi" ou 'Páscoa Sangrenta' no Brasil). Ela voltaria a ser dirigida por Antonioni em 'A Dama Sem Camélias', produção de 1953, que faz um retrato bastante crítico do mundo da produção cinematográfica.

Paola Molon havia casado há apenas um ano com um rico industrial de Milão, Enrico Fontana, e isso ocorreu em Maio de 1943, apenas dois meses depois de terem se conhecido. O marido é muito ciumento, em função da beleza e do charme arrebatadores da jovem, sensual, charmosa e linda esposa.

E depois de sete anos de casamento (que ocorreu em 1943, na época da Segunda Guerra Mundial), Fontana quer ter certeza de que Paola lhe é fiel e, para isso, contrata um detetive (Carloni) a fim de investigá-la, bem como para descobrir fatos relativos ao passado de Paola, no qual temos alguns acontecimentos nebulosos.

E é justamente essa investigação que irá levar a que a, até então, fiel esposa reencontre um amor da juventude, Guido. Então, foi o ciúme de Enrico que fez com que Guido e Paola se reencontrassem e iniciassem um novo romance. O medo dele de que a esposa não lhe fosse fiel (e ela era, pelo menos até aquele momento) foi o que deu início a um romance fora do casamento por parte dela.

Isso acontece depois que a sua amiga de diversão e namoros dos 'velhos tempos', Matilde, informou Guido que havia sido procurada por um homem desconhecido e que o mesmo havia feito inúmeras perguntas sobre o passado dela, Paola, e de Guido.

Paola sentiu-se perturbada ao rever Guido, depois de muitos anos, pois é claro que os sentimentos dela pelo antigo namorado ainda não morreram.

E é claro que a velha chama do amor de Guido e Paola renasce com toda a força e eles acabam retomando o romance que, antigamente, foi interrompido por razões que serão esclarecidas mais adiante na história.

Obs1: O belo figurino de Lucia Bosé foi de autoria de Ferdinando Sarmi, o mesmo que interpretou o rico burguês Enrico Fontana, marido de Paola. E a fotografia do filme, com um clima sempre nublado ou chuvoso, ruas escuras, crimes misteriosos, a presença de uma bela 'femme fatale' (Paola, é claro...), história de traição, suspense... Tudo remete ao filme Noir.

O detetive Carloni vai até Ferrara, fazendo-se passar por um tio de Paola, onde ela viveu a sua juventude, a fim de começar a descobrir os segredos da jovem e bela esposa de Fontana, começando pela escola onde ela estudou.

Carloni descobre que ela era namoradeira e que estava sempre acompanhada de duas amigas: Giovanna Carlini, já falecida, e Matilde Galvani. Ele descobre também que Paola foi embora, de forma repentina, logo após a morte de Giovanna.

Carloni vai até a casa de Matilde, que agora mora com um Sr. Ludovico Algardi, apresentando-se como o 'Professor Ferri' e dizendo que o pai de Paola era um amigo dele e que possuía cartas escritas pelo mesmo que gostaria de entregar à jovem.

Algardi não se faz de rogado e diz que Paola mora em Milão, que está casada com um rico industrial (Fontana). Carloni fica sabendo que Paola teve somente um romance sério em Ferrara e que o mesmo era noivo de Giovanna (chamava-se Guido), ao qual ela tentava conquistar.

Paola, de branco, junto aos membros da burguesia de Milão, com seus carros luxuosos e caros. Ela entrou para esse mundo após se casar com Enrico Fontana, saindo da pobreza em que vivia anteriormente.

Giovanna acabou morrendo dois meses antes de seu casamento com Guido, mas não ficamos sabendo, neste momento, do motivo pelo fato deste e Paola não terem se casado após a morte da ex-noiva de Guido. Talvez a morte de Giovanna tenha tido o envolvimento de Paola e Guido e, em função disso, é que eles não se casaram. 

Matilde chega à sua casa e é interrogada por Carloni, mas se recusa a colaborar, dizendo que não tem mais nenhum contato com Paola, mostrando muita desconfiança em relação às perguntas que o mesmo lhe faz. Matilde escreve uma carta para Guido, para lhe informar do ocorrido.

Na sequência, vemos a belíssima Paola com o marido, no dia do seu aniversário (27 anos), e outros amigos. Neste momento, ela vê Guido e fica claramente perturbada com a simples visão do mesmo. Ela se sente mal e isso a leva a convencer o marido a ir embora para casa, para poder dormir. Mas ela recebe um telefonema de Guido, que a convence a se encontrar com ele no dia seguinte.

No dia seguinte, Paola e Guido se encontram e ele diz que ela está 'estonteante' e que ela tem uma classe que não possuía. Paola também o elogia, dizendo que ele também mudou e que o mesmo demonstra ter mais maturidade do que nos tempos da juventude.

Depois de muitos anos (sete) que seu romance chegou ao fim, Guido e Paola se reencontram e fica claro que eles não são felizes e que ainda sentem uma forte atração. E a paisagem, com a neblina ao fundo, que faz o mar ficar branco, também está relacionada com a situação dos protagonistas. A importância da paisagem é uma característica que também estará muito presente na obra posterior de Antonioni, principalmente a partir do filme 'A Aventura' (de 1960), que deu início à chamada 'Trilogia da Incomunicabilidade'.

A atração de antes, entre Paola e Guido, está voltando..

Guido pergunta se Paola está casada e se é feliz, mas ela não responde, deixando claro que seu casamento com Fontana se deu em função da fortuna do mesmo e não por amor. Guido mostra a carta que Matilde lhe enviou, contando a respeito da investigação que está sendo feita, por um desconhecido, a respeito do passado de ambos.

Ela fica inquieta, dizendo que pode ser a Polícia agindo, mas ele diz que não deveriam se preocupar. Mas pela reação de Paola fica-se na dúvida se eles não teriam algum motivo para preocupação. Senão, porque ela pensaria que ambos estariam sofrendo uma investigação policial? O que eles escondem? Do que ela tem medo, exatamente? Então, fica claro que há um mistério envolvendo o passado de ambos.

Guido informa que ficará apenas um ou dois dias em Milão, pois trabalha como vendedor de carros. Ela sugere que ele vá se encontrar com Matilde, em Ferrara, à qual ela viu uma única vez depois que saiu de Ferrara, dizendo que a amiga e Ludovico estão sem dinheiro e que podem estar querendo alguma coisa.

Assim, Paola temia que poderia estar sendo vítima de algum tipo de chantagem da sua antiga amiga, pela qual não demonstra muita simpatia e por quem chega até a demonstrar um certo desprezo.

Paola e Guido passam a se ver continuamente, em função da investigação que Carloni faz a respeito do passado de ambos, e isso leva a que o amor que sentem um pelo outro volte à tona.

À medida que a trama se desenvolve, vemos a evolução do relacionamento amoroso de Paola e Guido ser cada vez mais perturbado pelas investigações e descobertas feitas pelo detetive Carloni, com ambos tendo receio de que estão sendo seguidos e sobre o que poderá ser descoberto a respeito do seu passado. E a bela trilha sonora do filme (ao som de sax e piano) realça essas mudanças na trama.

Depois, vemos o detetive Carloni lendo uma notícia de jornal a respeito da morte de Giovanna, a ex-noiva de Guido e amiga de Paola, e que faleceu em função de um acidente de elevador.

Essa morte que, de alguma maneira, está relacionada a Guido e Paola, ajuda a entender o motivo desta última ter ficado tão preocupada com a investigação feita pelo detetive.

Carloni, que é aquele tipo de detetive persistente e irritante, vai até o local em que ocorreu a morte de Giovanna e conversa com uma empregada da família desta, que lhe passa inúmeras informações a respeito das circunstâncias da morte da jovem, então com apenas 19 anos. Ele sai do local muito desconfiado a respeito da participação de Guido e Paola na morte de Giovanna.

O Detetive Carloni investiga o passado de Paola e Guido, o que deixa os dois preocupados, pois eles se envolveram na morte de Giovanna, ex-noiva de Guido e amiga de Paola.

Carloni telefona para Enrico Fontana, informando-o a respeito do que descobriu, demonstrando suspeitar que a morte de Giovanna tenha sido em função de um assassinato, embora não diga isso ao marido de Paola. 

Guido telefona para Paola e eles se encontram, momento no qual ele a informa a respeito do que o detetive descobriu a respeito do passado deles. Ela novamente se preocupa com a possibilidade de que a Polícia esteja investigando a ambos, mas Guido procura tranquilizá-la. Ele diz que terá que ir embora de Milão, pois está sem dinheiro e que vive 'duro' desde o final da Guerra.

Ela se propõe a ajudá-lo, fazendo com que ele possa vender um carro para o seu marido, pois é aniversário dela e a mesma pedirá um carro (Ferrari ou Maseratti) de presente. Ela irá procurar fazer isso sem que o marido saiba que Guido irá ganhar dinheiro com o negócio, usando de um intermediário (Valerio). 

Eles combinam de convidarem Paola e o marido para uma casa noturna, onde o intermediário poderá conhecer Enrico. Mas Paola vê Guido dançando com uma modelo e fica com muito ciúmes. Daí, ela decide comprar um vestido, mas não o carro. 

Depois, ela muda de ideia e eles vão levar Enrico para testar a Maseratti, mas o mesmo se recusa a comprar o carro de presente para Paola, pois teme pela segurança dela, já que o carro é muito veloz.

Paola e Guido se beijam, enquanto o marido dela, Enrico, testa o carro (Maseratti) que ela deseja ganhar como presente de aniversário. Ela diz que sempre o amou e que se sente sozinha em sua vida ao lado de Enrico.

Depois de receber flores, Paola vai ao encontro de Guido, em um hotel barato, mas é seguida por Carloni. Ela consegue despistá-lo depois de ir até uma loja para comprar um vestido. Sua tensão e nervosismo é notada pela gerente.

No hotel, ela e Guido conversam sobre as circunstâncias misteriosas da morte de Giovanna, onde fica claro que eles poderiam ter agido para salvar a vida da mesma, mas que não o fizeram.

Então, surge a pergunta: Agindo dessa maneira, será que eles não cometeram assassinato? E é justamente isso que faz com que eles carreguem consigo um sentimento de culpa, que foi o responsável por separá-los durante sete anos. Paola diz que 'Nós não a salvamos e agora podemos nos amar', demonstrando ter consciência do fato. Ela diz que se casou com outro, mas que sempre amou Guido.

Guido diz que eles não salvaram Giovanna porque a desejavam morta, que isso foi um crime e que tal fato foi o responsável pela separação deles. E da mesma maneira que naquela época, agora também há uma pessoa entre eles (Enrico) e fala que, por isso, eles jamais serão felizes. Paola sugere que eles matem Enrico, para que possam ficar juntos, mas Guido não aceita a proposta e vai embora, deixando-a sozinha no hotel.

Até mesmos os chapéus que Lucia Bosé usa no filme estão relacionados à trama: O primeiro, meio caído do lado, é uma referência à queda que provocou a morte de Giovanna no elevador. O amarelo, em forma de chamas, se relaciona a uma conversa que ocorreu entre Paola e Guido a respeito da possibilidade deles matarem Enrico, a fim de que pudessem ficar juntos. O último, no canto direito, lembra uma arma, pois ela e Guido estão prestes a matar Enrico.

Angustiada e sofrendo, após a briga com Guido no hotel, Paola chora em seu quarto.

Guido lhe telefona e agradece por ela ter devolvido a sua carteira, que havia esquecido no quarto do hotel, mas ele fala que não quer as 80 mil Liras que encontrou na mesma. Paola diz que o dinheiro foi a única maneira que ela encontrou de mantê-lo em Milão e pede para encontrá-lo, com o que ele concorda, marcando o encontro para o dia seguinte. Ele diz que até chegou a ir até a estação, mas que não conseguiu ir embora.

Sempre que o marido procura se aproximar dela, Paola diz que está com enxaqueca, com sono ou inventa qualquer outra desculpa, demonstrando o seu total desinteresse pelo marido, com o qual evita ao máximo ter contatos íntimos.

Enrico diz para Paola que mandou investigá-la e que descobriu informações a respeito dela. No encontro com Guido, ela conta isso para ele, dizendo ainda que não suporta o marido. Esta conversa ocorre numa escada, ao lado de um elevador. E foi em um elevador que Giovanna morreu... Isso é claramente uma sugestão do que eles poderão vir a fazer com Enrico.

Carloni vai pedir a ajuda da Polícia em suas investigações, mas não consegue, pois a mesma não tem recursos suficientes para isso. Carloni diz para o seu chefe que tem certeza que Guido está em Milão e que se encontra com Paola, convencido de que os sentimentos deles continuam os mesmos. 

Guido e Paola juntos, no quarto de hotel, onde eles discutiram sobre a morte de Giovanna, reconhecendo que tiveram a oportunidade de impedir que ela morresse, mas que não o fizeram. E foi isso que os separou por tantos anos.

Guido encontra a modelo, que acabou de terminar o seu relacionamento com Valerio e que comenta a respeito do mesmo, dizendo que não suportava o fato de que Valerio continuava casado e que vivia adiando a separação da esposa, afirmando que isso acontecia porque os laços matrimoniais são muito fortes, que nem o amor e a paixão suportam isso, e que ela não tolerava essa 'traição' de Valerio.

Guido percebe que esses comentários da modelo acabam tendo uma clara relação com a situação dele, que também é um amante de uma pessoa casada (Paola).

Paola e Guido encontram-se, novamente, em um quarto de hotel, e eles discutem sobre o que farão de suas vidas. Ele diz que poderiam ir embora, juntos, para outra cidade ou país. Enquanto isso, Paola faz uma digressão sobre o dinheiro, que escolheu Enrico em vez de Guido, que eles não podem continuar daquele jeito, se encontrando sempre às escondidas e correndo o risco de serem descobertos e que a solução dos problemas deles seria a morte de Enrico, ideia que Guido recusa-se a aceitar.

Paola e Guido marcam um novo encontro.

Daí, vemos uma sequência belíssima, que dura cerca de três minutos, na qual Antonioni usou uma única câmera. É um único plano-sequência, no qual vemos um encontro entre Guido e Paola sobre uma ponte. Nesta conversa eles decidem sobre a maneira como irão matar Enrico. 

Cena na qual Guido e Paola falam sobre a forma como pretendem matar Enrico, a fim de que possam ficar juntos. Este plano-sequência dura cerca de 3 minutos. Eles discutem a respeito da morte de Giovanna, com Paola culpando Guido pelo que aconteceu. Guido a esbofeteia por isso e eles vão embora.

Obs2: Em uma cena que se passa no hotel em que Guido está hospedado, ele diz para a funcionária que se alguém procurar por ele, é para dizer que ele se encontra doente. E a funcionária pergunta 'Incluindo a Dama das Camélias', referindo-se à Paola, é claro. Três anos depois, Lucia Bosé voltou a trabalhar com Antonioni em um novo filme. Nome do filme? 'A Dama sem Camélias'.

Carloni leva o seu relatório a respeito de Paola para Enrico. Quando termina de ler o mesmo é que ele percebe que a esposa, de fato, nunca o amou.

Enquanto isso, Guido fica esperando Enrico passar por uma ponte, na qual ele irá matá-lo. E Paola aguarda, ansiosa e nervosa, pelo telefonema de Guido informando-a de que seu marido foi morto. Porém, enquanto Guido esperava, Enrico sofre um acidente fatal. Guido vai até o local do acidente e vê que Enrico está morto, mas não avisa Paola sobre o ocorrido.

Aqui, surge a dúvida: Será que a morte de Enrico foi, mesmo, um acidente? Ou então, ao ler o relatório do detetive e perceber que Paola nunca o amou ele se deu conta de que, apesar do seu imenso sucesso financeiro, jamais conseguiria ser feliz ao lado dela e, assim, Enrico preferiu a morte? 

A Polícia é avisada da morte de Enrico e vai até a casa de Paola para avisá-la, mas ela fica desesperada e foge, pensando que será presa. Ela encontra Guido e diz, novamente, que a culpa foi apenas dele. Mas Guido lhe diz o que aconteceu, falando sobre o acidente.

Paola chora ao saber que Enrico morreu acidentalmente.

E Guido percebe que Paola nunca irá se sentir responsável pelo que ocorreu com Giovanna e com Enrico. Ela sempre irá culpá-lo pelo que aconteceu aos dois. Primeiro, ela o culpou pela morte de Giovanna e, agora, faz o mesmo ao saber que Enrico morreu.

Paola chora e Guido diz que viu Enrico e fala que ele tinha um buraco na garganta, como se tivesse levado um tiro. Assim, ele sente como se, de fato, fosse o assassino do marido de Paola.

Paola pergunta o que eles farão e Guido diz que não há como continuar com o relacionamento deles. Ele a deixa em sua casa e vai embora, prometendo que voltará.

Mas Paola sente que isso não vai acontecer. Guido entra no táxi e fala para o motorista levá-lo até a estação. Ele irá embora de Milão, para não mais voltar. Seu romance com Paola chegou ao fim.

O sentimento de culpa, por parte de Guido, pela morte de duas pessoas inocentes, Giovanna e Enrico, e a incapacidade de Paola de compartilhar essa culpa pelo que ambos fizeram acabou por destruir o relacionamento deles.

Fim.

Chorando, a bela e deslumbrante Paola é abandonada por Guido. Ela sabe que ele não voltará mais. 

Diálogo! 

Modelo: O Universo é nada, senão amor. Foscolo. Quem é esse?

Vendedor: Um cara sem dinheiro. 

Informações Adicionais!

Título: Cronaca di un Amore (Crônica de um Amor; no Brasil foi traduzido como 'Crimes da Alma');
Diretor: Michelangelo Antonioni;
Roteiro: Michelangelo Antonioni; Francesco Maselli; Daniele D'Anza; Silvio Giovaninetti; Piero Tellini;
Ano de Produção: 1950; 
País de Produção: Itália;
Duração: 98 minutos;
Música: Giovanni Fusco;
Fotografia: Enzo Serafin;
Elenco: Lucia Bosé (Paola Molon Fontana); Massimo Girotti (Guido Garroni); Ferdinando Sarmi (Enrico Fontana); Gino Rossi (Carloni, o Detetive); Rubi d'Alma (amiga de Paola); Marika Rowsky (Joy, a modelo); Vittoria Mondello (Matilde).

Link: 

http://www.imdb.com/title/tt0042355/?ref_=fn_al_tt_1


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